Por que os seres vivos têm um nome científico?
O nome científico da espécie humana, você sabe, é Homo sapiens. Mas de onde vem nome? Como se chegou a esta nomenclatura? E qual a importância dessa nomenclatura para a ciência? Estas são algumas das perguntas que vamos responder aqui.
Bem, a designação Homo sapiens utiliza um sistema binomial, originário do latim que gerou uma padronização ao se falar de qualquer ser vivo. Ao se falar de um mesmo ser com essa nomenclatura, os cientistas de todo mundo - não importa qual seja sua língua materna - sabem a que ser o falante está se referindo.
A primeira palavra é escrita com letra maiúscula e indica o gênero a que o ser vivo pertence.
A segunda indica a espécie e é escrita com minúscula. Além disso o nome científico precisa ser destacado do texto, em geral, sendo grafado em itálico.
Mas como os cientistas chegaram a estes dois nomes? O caminho não foi simples e exigiu muita observação.
Lineu, Darwin e Haeckel
No século 17, o naturalista sueco Lineu (Carl Von Linné, 1707-1778) deu início ao processo de classificação biológica ou taxinomia, ou ainda taxonomia. Ele instituiu o sistema binomial, que prevalece até os dias de hoje, bem como determinou a utilização dos termos: família, classe, ordem e filo.
Em meados de 1859, surgiu a teoria de evolução defendida por Charles Darwin. Segundo o darwinismo, as espécies existentes atualmente têm relação com seus antepassados que foram se adaptando a diferentes situações ambientais e, portanto, foram modificando ao longo de muitos anos. O biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919) propôs então o termo filogênese para designar as relações de origem e parentesco entre os seres atuais e seus ancestrais.
Haeckel também propôs a criação de dois outros reinos, além de animal e vegetal, que abrangeriam organismos estruturalmente mais simples. São eles o Protista, que inclui protozoários e algas, e o Monera, onde se encaixam as bactérias. Finalmente, em 1969, o biólogo R. H. Whitaker verificou que os fungos, até então considerados vegetais, formavam um reino próprio: o Fungi.
Desse modo, hoje, a biologia considera a existência de cinco reinos: Metazoa (ou animal), Metaphyta (ou vegetal), Protista, Monera e Fungi. Levam-se em conta, também, cinco categorias taxinômicas, que são: o reino, o filo, a classe, a ordem, a família, o gênero e a espécie. Veja, então a classificação do homem, na qual todos nós nos enquadramos:
Espécie: | Homo sapiens |
Gênero | Homo |
Família | Hominidae |
Ordem | Primatas |
Classe | Mammalia |
Filo | Chordata |
Reino | Metazoa |
O reino indica que pertencemos ao grupo dos animais; o filo que fazemos parte dos seres que apresentam notocorda; um bastão flexível que dá origem à coluna vertebral; e a classe indica que somos mamíferos.
Já a ordem determina a semelhança entre nós e os macacos, mas qual será esta semelhança? A principal é que ambos apresentamos cinco dedos em cada mão e em cada pé, sendo o polegar opositor. Outra semelhança é a visão, pois enxergamos colorido e tridimensionalmente. Além disso, desenvolvermos a inteligência e apresentamos o sistema nervoso desenvolvido.
Portanto, eis algumas das semelhanças que nos colocam mesmo grupo, homens e macacos, mas será que são só essas?