Cavalinha plantada em vaso no projeto do paisagista Alexandre Furcolin
Não importa o estilo, nem o tamanho do jardim. A presença da água é sempre um elemento que acrescenta vida, movimento e harmonia ao paisagismo. Não é à toa que lagos ornamentais, fontes, cascatas e espelhos d’água são tão valorizados, ainda mais quando acompanhados de vegetação aquática exuberante, como ninfeias, aguapés, vitórias-régias e papiros.
As plantas que crescem no ambiente aquático integram um grupo bastante heterogêneo. As do tipo fixas, como as famosas vitória-régia (Victoria amazônica) e a mítica flor-de-lótus (Nelumbo nucifera), têm raízes fixadas na terra e preferem locais amplos para se desenvolverem, como margens de lagos. As flutuantes, como os aguapés (Eicchornia crassipes), não possuem raízes fixadas em nenhum local e se caracterizam pela multiplicação rápida.
O bom de tanta diversidade é que não é preciso ter um lago ou espelho d’água de grandes dimensões para usufruir a beleza dessas plantas. A flora brasileira é bastante pródiga em espécies que se desenvolvem na água, e há plantas adequadas a diferentes situações de cultivo. Até mesmo bacias, caixas de aço galvanizado e vasos imersos em água podem se transformar em ambientes adequados para se ter uma planta aquática. Aliás, o cultivo em espaços limitados pode ser interessante especialmente para plantas como a alface-d’água (Pistia stratiotes), que embora seja muito ornamental, pode se transformar em uma espécie daninha em função de sua rápida multiplicação.
Como ocorre com tudo o que envolve seres vivos, o sucesso de um jardim aquático depende de alguns cuidados. Em primeiro lugar, é fundamental que as plantas recebam iluminação apropriada e nutrientes na dose certa. Também é importante que estejam fixadas em substrato adequado, no caso das espécies não flutuantes. Além disso, lagos e espelhos d’água devem ser dotados de bombas corretamente dimensionadas para movimentar e oxigenar a água.
A solução, nesses casos, passa pela análise cuidadosa das necessidades nutricionais de cada espécie. Dependendo da situação, a alternativa pode ser enterrar cápsulas de fertilizantes no substrato embaixo d’água para que o nutriente seja gradativamente liberado.
A manutenção do equilíbrio nutricional da planta é outro aspecto crucial para que o ataque de pragas e insetos, especialmente caramujos, seja evitado. Em ambientes aquáticos, o uso de inseticidas químicos deve ser controlado, ainda mais nos casos em que as plantas compartilham o mesmo espaço que peixes.