Tudo, absolutamente tudo, virou sexo na internet. Qualquer coisa, desde política, educação, filmes e desenhos infantis, tem o seu lado sacana. É inerente ao homem como ser humano, gostar de sexo. É instintivo. Mas o ser humano, racional, fez o instinto se tornar prazer. E chegamos a um outro ponto, que o prazer, agora, só serve se vier com muita sacanagem.
Ao contrário do que alguns possam achar, não sou moralista nem puritana. E também não vou consertar o mundo. Mas faz tempo que as coisas andam fora do normal em relação ao sexo e aos relacionamentos no que se diz respeito ao RESPEITO. Hoje, se fala de sexo muito mais abertamente, não querendo dizer que o SEXO SEJA APRENDIDO DE FORMA CORRETA.
È só entrar na Seção Sexualidade ou no artigo “Medo de engravidar sem penetração”, aqui no SeR, que vocês verão a mesma coisa: medo apenas das conseqüências, porque aprender antes para se prevenir, não mesmo! Então, meninas e meninos entre seus 13 até os 20 e poucos anos, perguntam coisas básicas que aprendemos na escola (claro, quando se presta atenção a aula) ou quando os pais ensinam. Nunca me neguei a responder, mas percebo a pressa pela informação, o SIM e o NÂO ao invés do conhecimento.
Tanto que homens jovens ficam aflitos quando as meninas de 14, 15 anos, não agem como atrizes pornôs (aliás, vivo dizendo isso, já perceberam?).
É que chegamos num ponto crucial da informação: ninguém quer ter conteúdo. Querem que a net resolva seus problemas. É a geração MEMÓRIA RAM guardam a informação naquele instante e depois, se apaga. Muitos nos pedem informações que deveriam ser dadas por um médico e é o que eu indico. A maioria não vai a um(a) ginecologista, acham que usar o anticoncepcional da amiga ou se basear em experiências sexuais vividas pelos outros (isso quando não são mentiras ou fakes) é saber de tudo!
O SeR se identifica com o público jovem, mas quer que ele também faça a sua parte. Orientamos o máximo possível de maneira correta onde podemos, por isso tantos profissionais nos ajudam, de diversas áreas como saúde, direito, sexualidade.
Você sabe o que seu filho está vendo na internet?
Mas só nós fazemos a coisa certa? Onde estão os pais? E a família? Nos dias de hoje, muitos se consideram abertos, mas a verdade é que vejo famílias negligenciando seus jovens. Vejo o caso da pulseira do sexo, de meninas com 13, 14 anos pedindo orientação para fazer sexo e garotos com 14 anos, com vício em jogos online de pôquer. Pergunta: onde estão os pais nessa hora?
A internet não pode ser censurada, ela deve ser usada com cautela. Tenho muito cuidado ao escrever conselhos para os jovens, porque sou adulta e sei como o mundo está. Mas faço também o papel que muitos pais não fazem. Aí, de novo a questão: onde estão os pais numa hora dessas? Muitos acham que professor e escola é o lugar para aprender sobre tudo e de preferência, que dêem moral e civilidade também.
Não. Quem tem que ensinar educação, amor e moral são os pais. Professores e outros profissionais ensinam uma língua para se comunicarem, ensinam a viver em sociedade. Não confundam os papéis. Educadores são educadores, pais são os orientadores para o carater dos filhos. Um filho que tem o cuidado dos pais, aprende e deixa que os educadores façam parte da sua vida e assim, aprendam com eles.
Mas vamos chegar onde eu quero: O Ministério Público esta atento aos abusos contra jovens com menos de 18 anos e chegou a uma conclusão, ao meu ver tardia, que as coisas andam passando do limite. Porém, como disse, a internet não pode ser censurada. Para isso existem leis que coíbem ou punem os infratores. Porém:
- jovens se encontram com pedófilos achando que são amiguinhos em chats;
- meninas são violentadas e filmadas, para alegria dos tarados em sites pornográficos:
- jovens se fotografam nus ou fazendo sexo e isso aparece na internet como “sexo caseiro”:
- meninas se baseiam no estilo de vida de mulheres vulgares, que só falam em sexo, porque é o exemplo legal da internet e da mídia em geral:
- meninos se tornam viciados em jogos online pagos e usam até cartão de crédito dos pais para pagarem o acesso.
Esses são alguns exemplos básicos de como anda a internet e o jovem no mundo. Estou focado no sexo, mas existem milhares de outros problemas e situações que denigrem a nossa sociedade. Ao meu ver, a pergunta é: onde estão os pais? Respeito, postura, moral, onde estão aqueles que deveriam ser à base da família? Onde estão os limites do certo e do errado? As famílias podem até estar desestruturados, mas mães e pais podem fazer o papel de cada um, mesmo estando separados.
Se você pai acha que tudo isso que eu disse é um exagero, você realmente não sabe a noção de ter ou de dar limites.
Mas vamos lá e é sério: O Ministério Público quer a opinião de todos sobre a questão: o que fazer para deixar a internet segura para os nossos filhos, nossos jovens? Já conversei com algumas pessoas que acham que o problema é dentro de casa. Eu já acho que a coisa deve ser mais ampla, envolvendo inclusive governo, mas é a minha opinião.
Aguardo sugestões de todos, numa boa. Queremos a sua opinião.
Ah, só pra lembrar: sexo e pornografia foram os termos mais procurados por crianças e adolescentes o ano passado, conforme pesquisa realizada pela Symantec, a maior empresa de segurança da Internet Mundial.
Entendeu porque o SeR preza pela responsabilidade?
Fonte: http://www.sexoerelacionamentos.com.br, em 05/05/2011.