segunda-feira, 14 de março de 2011

Fiuk: "É preciso ter prazer em estar na escola"

O verdadeirto nome de Fiuk é Filipe Kartalian Ayrosa Galvão
Fotos de Leandro Moraes
Texto de Lika Rodrol
O ator e músico defende que partituras e instrumentos musicais devem fazer parte da grade curricular das escolas

Filipe Kartalian Ayrosa Galvão não é um nome muito conhecido pelo público. Mas, se mudarmos para Fiuk, será quase impossível não associá-lo ao mais novo ícone pop do momento. O garoto de 20 anos, que deu vida ao personagem Bernardo na 17ª edição de Malhação e é vocalista da banda Hori, parece acompanhar as novas diretrizes do governo.

Ele não pensa em terminar a faculdade de Publicidade, que trancou ainda no primeiro ano para seguir a carreira de músico, mas defende que partituras e instrumentos musicais devem fazer parte da grade curricular das escolas. Coincidência ou não, a lei nº 11.769, sancionada no dia 18 de agosto de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula passou a valer para os ensinos Fundamental e Médio de todas as escolas brasileiras, que têm, a partir de então, três anos para adaptar seu currículo na área de artes.

Segundo Fiuk, se o tema música fosse obrigatório como a velha e boa matemática, ele e muitas outros “moleques” poderiam ter a escola como um lugar de aprendizado prazeroso. Vestindo literalmente a camiseta da Educação que ele mesmo customizou, Fiuk bateu um papo-cabeça com o EDUCAR PARA CRESCER. Preocupado com a questão da Educação, ele participou ainda de uma sessão de fotos para divulgar a
cartilha e o hotsite com dicas para alunos do Ensino Médio.

Confira a seguir a entrevista.
Fiuk: Estudei em umas dez escolas. Lembro mais do Objetivo, onde passei mais tempo.

O que você gostaria de mudar na escola?

Fiuk: O pedido que eu faço para as escolas é que todas ensinem música. Você tem que ter prazer em estar na escola, mas não é isso o que está acontecendo. A garotada que tem prazer em estudar é mínima, e essa seria uma mudança que podia ajudar bastante. É essencial ter na escola alguma coisa para a molecada curtir, tipo brinquedos, aula de música, qualquer coisa que dê prazer. Eu sofri muito com isso. Levava o meu violão e tocava escondido. Imagina, se tivesse aula de música, eu ia pirar!

O professor mais marcante para Fiuk foi Ed, de História



Você teve algum professor marcante?

Fiuk: Lembro do Ed, que era professor de História do Objetivo. Não tinha professor melhor do que ele. Ele dava aula do jeito que todo moleque queria ter: subindo na mesa, contando piada, falando palavrão. Todo mundo prestava atenção no que ele falava e ia bem nas provas.





Fiuk: Eu acho muito triste que no Brasil a maioria das pessoas não estude música. Nos Estados Unidos, é diferente e isso influencia. Por isso, a cultura dos americanos é diferente em relação à música. Porque, no Brasil, a música não é vista como profissão. Mas um músico acaba trabalhando até mais do que as pessoas que trabalham em empresa e tal. O músico é autossuficiente, trabalha 24 horas por dia, não tem feriado, final de semana, não tem nada, então...




Fiuk: Eu gosto muito de ler, só que sou meio lesado, não lembro tanto os nomes dos autores, mas há livros que me ajudaram muito. Alguns deles: Mentes Inquietas, Um Extraterrestre na Galileia, Os Segredos da Mente Milionária. Esse livro é gigante, mas me ajudou muito, cara. Também recomendo O Mundo de Sofia.





Fiuk: Acho que a influência dos pais nos estudos é fundamental, mas eu fui muito precoce. Desde os 12 anos, eu sabia que eu queria isso (a música) para a minha vida. Imagina um moleque de 12 anos virar para os pais e falar: Pô, quero estudar música, vou tocar e tal.

Fiuk estudou em dez escolasFiuk é o novo ícone pop do momento


Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/amigos-educar/entrevista-fiuk-609466.shtml, em 10/03/2011.