Se alguém ainda se pergunta se as mudanças climáticas têm alguma coisa a ver com saúde, é bom saber que tem muito a ver e o problema já é considerado como a maior ameaça à saúde das pessoas no século 21.
Uma série de estudos mostra que o aquecimento global está associado ao aumento da incidência de doenças infecciosas como a dengue e a malária e ao aparecimento dessas doenças em regiões do planeta em que não existiam antes. Além disso, a mortalidade por problemas cardiovasculares é maior nos extremos de temperatura, especialmente no calor. Isso sem falar do crescente número de catástrofes naturais, como furacões e ciclones.
Médicos poderiam dar sua colaboração profissional para a redução de emissão de gases e aquecimento do planeta adicionando ao atendimento dos pacientes algumas recomendações ecológicas básicas. Uma regra simples que pode ajudar e vale a pena refletir é a de que aquilo que faz bem ao clima do planeta também faz bem à saúde do homem.
Redução de emissão de gases implica em usar menos o carro, caminhar e pedalar mais. Atividade física reduz o risco de inúmeras doenças crônicas, como infarto do coração, derrame cerebral, depressão, diversos tipos de câncer e demência. Outra ação que favorece o clima do planeta é a redução no consumo de produtos animais, o que pode conter o desflorestamento e a emissão de gás metano. O homem também se beneficia: menos alimentos animais significa maior longevidade.
A ameaça das mudanças climáticas não está batendo à nossa porta. Já entrou e sentou-se à mesa com nossos filhos e netos. Se não tomarmos medidas efetivas para combater o problema, chegaremos a uma situação de injustiça intergeracional, ou seja, as novas gerações pagarão caro por aquilo que não tiveram qualquer responsabilidade.