sábado, 11 de fevereiro de 2012

Trotes educativos

Pressionados pela sociedade e ameaçados de punição pela Justiça e pelas universidades, os veteranos recorreram à criatividade para substituir os trotes violentos. Na maioria das universidades, os trotes educativos foram a resposta para manter a tradição de recepção aos “calouros”. A partir de 2000, as brincadeiras educativas ganharam espaço nas principais universidades brasileiras.


Entre os trotes educativos mais comuns no país estão as palestras feitas pelos novos alunos - os “veteranos” determinam o tema. Nas principais universidades e faculdades do país, os “veteranos” costumam escolher um autor ou uma modalidade esportiva e pedem para os alunos fazerem uma abordagem crítica diante de outros estudantes.

Além das brincadeiras educativas, os “calouros” também costumam ser recepcionados por outros tipos de trotes: solidário (campanhas de doação de sangue ou arrecadação de alimentos e roupas), ecológico (plantar árvores em determinadas áreas e participar de campanhas pela preservação da natureza), cidadão (trabalhar um dia em uma comunidade carente), social (visitar internos em hospitais, creches e asilos) e cultural (visitar museus, livrarias).

Críticas

Além da comunidade acadêmica, o mercado publicitário também se beneficiou com a mudança dos trotes brasileiros. Até o começo de 2000, poucas campanhas incentivando os trotes eram veiculadas na mídia do país. Até essa época, as brincadeiras eram associadas à violência e à humilhação pública.

Com o surgimento dos trotes sociais, educativos e culturais, por exemplo, os publicitários criaram peças mostrando que a cabeça raspada e os rostos pintados de estudantes são sinônimos de sucesso e de felicidade. O trote passou a ser visto como um evento de congraçamento e união.

Infelizmente, a onda positiva dos trotes foi precedida por cenas de violência e terror na maioria das universidades brasileiras.