sábado, 26 de fevereiro de 2011

Manutenção do adolescente no ensino médio é desafio mundial, aponta relatório da Unicef

Fazer com que os adolescentes entrem no ensino médio e o terminem é um desafio mundial, sobretudo nos países em desenvolvimento e nos menos desenvolvidos. A informação foi apontada no relatório "Situação mundial da infância 2011 - Adolescência: uma fase de oportunidades", feito pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
De acordo com o estudo, no mundo, um em cada cinco adolescentes está fora da escola. No Brasil, a proporção é de um para sete. O custo da educação secundária - maior que o da educação primária - contribui para a evasão. A não-obrigatoriedade desse nível de estudo em muitos países e a dificuldade para obter uma vaga também são dificultadores ao acesso ao médio.

O ensino secundário, diz o Unicef, melhora as possibilidades de rendimento dos indivíduos e impulsiona o crescimento econômico na sociedade, além de causar forte impacto na promoção da igualdade de gênero e em melhores condições de saúde materna, rompendo o ciclo intergeracional da pobreza.

Segundo o relatório, entre as meninas adolescentes que frequentam essa etapa, a probabilidade de estar casadas é seis vezes menor do que entre as que não frequentam esse nível educacional e a probabilidade de engravidar é três vezes menor.

Brasil

Um dos principais problemas da adolescência no país é a grande distorção entre a idade e a série em que o estudante deveria estar: dentre os jovens de 14 a 17 anos que estão na escola, mais da metade está fora do ensino médio - etapa que deveriam estar cursando. Além disso, esse grupo tem média de anos de estudos de 7,4, enquanto o ideal seria de 12 anos. Ou seja, o adolescente que deveria estar concluindo o médio sequer chegou a terminar o ensino fundamental.

O relatório aponta o Brasil como um dos países que adotaram medidas para ampliar o acesso à educação, com a emenda constitucional nº 59, que ampliou os recursos orçamentários para a educação, e a instituição da obrigatoriedade do ensino público gratuito dos 4 aos 17 anos.

Diferente do cenário mundial, a maior dificuldade em cursar essa etapa está entre os meninos. Na educação secundária, o número de meninas matriculadas é de 85 em cada 100 e a taxa de frequência líquida é de 80%. Nos meninos, os número caem para 78% e 74%, respectivamente.

Trabalho e gravidez estão entre os principais motivos do abandono escolar. Em 2009, 14,2% dos adolescentes entre 12 e 17 anos estudavam e trabalhavam, e a maioria deles era do sexo masculino. Das meninas que abandonaram a escola, 28% saíram da escola devido à gravidez.

Segundo o relatório, outro direito violado em educação é o direito ao esporte: dados do Pense (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense 2009) revelam que, de mais de 600 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental consultados (com idades entre 13 e 15 anos), 43,1% dos entrevistados não realizava o tempo de atividade física semanal recomendado, que é de 300 minutos ou mais.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Alunos da 7ª série da Escola "Julio Mesquita" - 2011








Teoria é a plataforma básica para os estudos biológicos

Por Ayrton Marcondes*

Universidade de Bonn
Fóssil de Archeopterix, exposto na Universidade de Bonn (Alemanha)

Tema sujeito a grandes controvérsias, a evolução biológica desafia até mesmo crenças que com ela não se alinham, do que resultam calorosas discussões. Apesar disso, a evolução constitui-se em plataforma básica para biólogos e estudantes de biologia voltados à compreensão da vida e da variedade de seres vivos tal como os conhecemos.

A maneira mais simples de definir evolução é a que se refere a modificações que os seres vivos experimentaram - e ainda experimentam - ao longo do tempo. Decorre desta afirmação a idéia de que as espécies que hoje existem na Terra não são as que sempre existiram. Mais ainda: as espécies atualmente existentes resultaram de um longo processo de mudanças ocorridas em seus ancestrais, mudanças estas que alteraram os seus organismos, permitindo-lhes não só adaptar-se aos ambientes em que viveram como sobreviver e dar origem a novas gerações.
Embora correta, a simples ligação da evolução à noção de modificação das espécies não é de todo precisa. Importa ressaltar que não existe evolução de um só indivíduo. Modificações que ocorram em um organismo só serão úteis ao processo evolutivo se puderem ser transmitidas hereditariamente, passando de uma geração a outra e, portanto, se envolverem vários indivíduos de uma mesma espécie. Lembrando-nos que indivíduos de uma mesma espécie constituem uma população veremos que o conceito de evolução biológica se aplica, unicamente, a populações:

A evolução biológica refere-se a populações e a mudanças hereditárias que possam ser transmitidas às próximas gerações. A evolução biológica permite a formação de raças e novas espécies e explica a origem de todas as espécies vivas e extintas.

O fixismo

Chama-se fixismo à idéia de que os seres vivos são fixos e imutáveis. Para o fixismo a evolução biológica jamais se verificou: os seres vivos que atualmente conhecidos são os que sempre existiram na Terra desde os seus primórdios.
Proposto pelo naturalista francês Georges Cuvier (1769-1832) o fixismo foi aceito sem contestação até o século 18 fundamentando-se na idéia da criação de todos os seres vivos a partir de um poder divino. A partir da segunda metade do século 18 surgiram as teorias evolucionistas, também chamadas transformistas, que se opuseram ao fixismo.

Várias hipóteses foram utilizadas para explicar o fixismo, entre elas destacando-se a de geração espontânea e a do criacionismo. A hipótese de geração espontânea foi proposta pelo filósofo grego Aristóteles sob influência de Platão. Para Aristóteles os seres vivos seriam formados, constantemente, a partir de matéria não viva como o pó. Uma vez formados, estes seres permaneceriam imutáveis originando descendentes semelhantes em todas as gerações.

O criacionismo baseia-se principalmente em escritos bíblicos interpretados segundo a ótica de que Deus criou todas as espécies através de um único ato, descartando-se, assim, a possibilidade de modificações evolutivas. Nos últimos anos, o criacionismo tem ressurgido. Movimentos religiosos e críticas ao evolucionismo têm empolgado a opinião pública, despertando não só em discussões como estímulos para que o criacionismo seja ensinado nas escolas de alguns países. A posição da Igreja Católica em relação ao evolucionismo foi consolidada em 1996 pelo papa João Paulo II que proclamou a compatibilidade entre a evolução e a fé cristã.
Bases do evolucionismo
A credibilidade do evolucionismo fundamenta-se em evidências que demonstram modificações das espécies. Tais evidências ou testemunhos originam-se de várias ciências e somam-se para confirmar o evolucionismo. Entre elas destacam-se:


  • A existência de fósseis
    Chamam-se fósseis a vestígios ou restos petrificados ou endurecidos de seres vivos que habitaram a Terra e que se conservaram naturalmente sem perder suas características essenciais. À ciência que estuda os fósseis dá-se o nome de paleontologia. Associada à geologia histórica, a paleontologia permite o estudo comparativo de fósseis encontrados em camadas geológicas diferentes.




  • Através desse processo os paleontólogos têm a oportunidade de observar modificações contínuas sofridas pelos organismos vivos com o passar do tempo. É o caso de fósseis que apresentam, ao mesmo tempo, características comuns a espécies atualmente existentes. O fóssil do Archeopterix, considerada a primeira ave existente, apresenta características comuns a répteis e aves atuais: de répteis, escamas na cabeça, dentes, garras e cauda com ossos; de aves, asas e penas.





  • Evidências embriológicas
    Comparações realizadas demonstram que embriões de animais diferentes podem apresentar grandes semelhanças nas primeiras fases de seu desenvolvimento. Em embriões de vertebrados tais semelhanças chegam a ser espantosas fato que levou, no século 19, o biólogo alemão Ernest Haekel a estabelecer uma Lei biogenética fundamental.
    Esta lei atualmente reformulada, garante que o embrião de uma classe superior passa, na totalidade ou em parte, por estados que reproduzem fases embrionárias dos animais de classes sistematicamente inferiores.
    A lei proposta por Haekel é unilateral: embora no desenvolvimento embrionário dos animais apareçam formas que lembram seus ancestrais adultos também se verifica o surgimento de estruturas que não existiram em nenhum deles.




  • Órgãos homólogos
    Chama-se homologia à existência de órgãos que embora possuam a mesma origem embrionária desempenham funções diferentes. Sua existência é explicada por divergência: estruturas originalmente semelhantes diferenciam-se para realizar funções diferentes. Os membros superiores de vertebrados são um bom exemplo de homologia dado que, apesar de sua mesma origem, desempenham funções diferentes e compatíveis com as necessidades dos seres em que se apresentam.




  • Órgãos análogos
    Chama-se analogia à existência de órgãos cujas origens embrionárias são diferentes mas que desempenham a mesma função. Suas estruturas anatômicas são diferentes e não existe relação de proximidade ou parentesco entre seus ancestrais. Asas de aves e asas de insetos são exemplos de analogia entre órgãos.




  • Órgãos vestigiais
    Órgãos vestigiais são estruturas rudimentares que não desempenham função no organismo em que se encontram, mas são importantes em outros seres. Sua mesma origem - homologia - pode revelar parentesco entre seres diferentes e sugerir a existência de um ancestral comum. O apêndice vermiforme é órgão vestigial no homem em que não tem função. Entretanto, nos animais herbívoros, o apêndice é bastante desenvolvido nele vivendo microrganismos responsáveis pela digestão da celulose, principal fonte de energia de sua dieta.




  • Comparações entre proteínas
    Proteínas são macromoléculas compostas por longas cadeias de aminoácidos. Embora existam na natureza apenas vinte aminoácidos diferentes é fabulosa a variedade de proteínas encontrada nos seres vivos. Tal fato explica-se: a produção de proteínas em cada organismo é coordenada pelo material genético (DNA) que ordena os aminoácidos formando as grandes moléculas protéicas.
    Face às informações apresentadas torna-se lógico esperar que quanto maior a proximidade evolutiva entre dois seres maior seja a semelhança entre suas proteínas. Assim é que a molécula de hemoglobina (pigmento sanguíneo) é formada pelos mesmos aminoácidos no homem e no chimpanzé; já a do gorila tem um aminoácido diferente do homem e a do cão tem 15.




  • O conceito de adaptação
    A distribuição dos seres vivos nas várias regiões da Terra não é aleatória ou ocasional. Por detrás da aparente naturalidade de suas existências destacam-se não só complexas relações entre seres como adaptações ao ambiente onde vivem. Em outras palavras: nenhum ser habita um certo lugar por acaso. Para sobreviver este ser deve possuir características que permitam a sua adaptação ao meio em que vive, características essas herdadas de seus ancestrais e que serão por ele transmitidas aos seus descendentes.




  • Desse modo indivíduos de uma determinada população herdam características que lhes são vantajosas em termos de sobrevivência. Indivíduos portadores de características vantajosas deixam, em média, mais descendentes que outros e suas populações tendem a ser majoritárias com o passar das gerações. Podemos, então, definir adaptação:
    A adaptação consiste na aquisição de características que tornam um indivíduo ou um grupo mais equipado para sobreviver e reproduzir-se num determinado ambiente.

    São incontáveis os exemplos de adaptações e o estudante poderá identificar alguns deles através de simples observação. Como exemplos temos adaptações para a caça verificadas em animais carnívoros tais como o tipo de presas e a velocidade; plumagem ou pelagem de animais como adaptações para aproximar-se de presas, fugir de predadores ou, ainda, atrair parceiros sexuais; patas eficazes para a fuga em alguns animais, etc.
  • quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

    Minerais, vitaminas e água

    Por Maria Sílvia Abrão*

    Divulgação

    Uma alimentação variada é fundamental

    Para crescer e manter o corpo sadio, é necessário incluir minerais em nossa alimentação. Vamos considerar, por exemplo, um copo de leite. O leite nos oferece açúcar (lactose), proteína, cálcio e fósforo. Cálcio e fósforo são minerais que fazem parte da composição dos nossos dentes e ossos. Outros alimentos também são fonte, em menores proporções, de cálcio e de fósforo - batata doce, alface, laranja e todos os derivados de leite (queijo, manteiga, iogurte).

    Há mais doze minerais que também são necessários para garantir o bom funcionamento de nossos corpos e conseguimos obtê-los pela alimentação sem nos preocuparmos com isso. Cloro, sódio e potássio são necessários para realização de muitos processos em nossos corpos, como a transmissão de impulsos nervosos. São encontrados no sal de cozinha, nas bananas e nas frutas cítricas.

    O ferro, que é indispensável para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue, é encontrado nas carnes vermelhas (especialmente em cortes de fígado dos animais), no feijão e no espinafre. O iodo pode ser encontrado em peixes e nos frutos do mar. Esse mineral é importante para a tireóide ter um bom funcionamento. Para prevenir doenças causadas pela falta de iodo, o sal de cozinha que compramos nos mercados vem acrescido desse mineral.

    E as vitaminas?

    As vitaminas não tomam parte na composição dos tecidos de nossos corpos e também não produzem energia. Apesar de não possuírem valor nutritivo, porém, são indispensáveis aos nossos corpos, pois auxiliam no crescimento, atuam na fortificação dos ossos, na coagulação do sangue e nos protegem contra doenças. As vitaminas de que necessitamos perfazem um total de treze tipos, e, na sua grande maioria, são obtidas apenas pela alimentação.
    • Vitamina A: evita o ressecamento de alguns tecidos. É encontrada em alimentos como cenoura, espinafre, mamão.
    • Complexo B (B1, B2, B6, B12 etc.): importante para o bom funcionamento do sistema nervoso, da digestão, proteção da pele, produção dos glóbulos vermelhos, respiração celular e regulagem do apetite. Encontrado na película que envolve os cereais como germe do trigo, soja, centeio, levedos, em miúdos como fígado, rim, coração, na gema dos ovos, no leite e nos peixes. Está presente também na maçã.
    • Vitamina C: garante o bom funcionamento das células e a cicatrização dos tecidos, prevenindo infecções. Encontrada em frutas (principalmente as cítricas) e verduras frescas.
    • Vitamina D: é indispensável para a fixação do cálcio nos ossos e nos dentes, sendo fundamental para que se tornem fortes e resistentes. Nossa pele é capaz de fabricá-la, sob a ação dos raios solares. É encontrada na gema do ovo, no óleo de fígado de bacalhau, no leite e na manteiga.
    • Vitamina E: impede a oxidação de substâncias importantes para as células e protege as membranas celulares. Encontrada em óleos vegetais (como de sementes de cereais e leguminosas), manteiga, queijo, gema do ovo, brócolis, couve espinafre e outros.
    • Vitamina K: importante na produção de sustâncias que tomam parte da coagulação do sangue, evitando hemorragias. É produzida por bactérias que vivem em nossos intestinos. É encontrada em vegetais de folhas verdes e no fígado.

    A água é fundamental

    A água constitui aproximadamente 75% dos corpos dos seres vivos. Sendo assim é indispensável à vida. A água é um excelente solvente, ajuda a dissolver os alimentos, capta substâncias que tomam parte nas reações químicas que ocorrem em nossos corpos, carrega as substâncias pelo seu corpo e toma parte no controle da temperatura.

    É necessário ingerir pelo menos quatro copos de água (1 litro) por dia, pois perdemos aproximadamente 2,5 litros da água na urina, fezes e suor. Podemos obter água quando tomamos leite, sucos e pelo consumo de frutas, vegetais e carnes.

    A conclusão a que se chega quando pensamos em tudo isso é bem simples: uma boa alimentação, farta, variada, constituída principalmente por alimentos naturais, é essencial para a manutenção da saúde e da vida.

    quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

    Entrega dos TCCs de Técnicas Podológicas e Legislação Sanitária


    Hoje é a data final de entrega dos TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

    O que é isso minha, gente?

    Pessoalmente, não é a coisa mais  legal pra se fazer mas quem aprende bem tira de letra!!

    Mas, pra quem não sabe fazer e não busca o conhecimento vai achar a coisa mais infame que inventaram. É pra fazer o cristão perder a fé na humanidade, rsrsrsrs...

    Mas enfim, como sem TCC não tem diploma, publico um pequeno incentivo, com votos de que a minha Turma de Técnicas Podólogicas seja muito feliz, e quando pegar o diploma, lembre-se que somos capazes de vencer as batalhas da VIDA.

    NUNCA DEVEMOS DESISTIR DE SONHAR
    E PERSISTIR E LUTAR POR NOSSOS IDEIAIS.

    PROFESSOR E PODÓLOGO
    MARCOS ALEXANDRE

    Revista científica escolhe melhores imagens do ano de 2010

    A fotografia de duas moléculas de água em uma superfície de ouro e a ilustração 3D do HIV foram as vencedoras

    O concurso International Science and Engineering Visualization Challenge, promovido pelo periódico científico Science e a National Science Foundation (NSF), premiou os vencedores nas categorias fotografias, infográficos, ilustrações, vídeo sobre Ciência.
    Os jurados escolheram aqueles que conseguiram transmitir a complexidade da ciência a partir de diferentes formas de arte.
    Entre os vencedores deste ano estão a fotografia de duas moléculas de água em uma superfície de ouro, uma ilustração 3D do vírus da imunodeficiência humana (HIV), e um infográfico com os conceitos básicos de fungos.

    Veja as algumas das imagens vencedoras
     
    O mais detalhado modelo em 3D do vírus HIV ficou em primeiro lugar. Ele resume em uma cópia fiel os resultados de publicações científicas
    Foto: Visual Science Company
    O mais detalhado modelo em 3D do vírus HIV ficou em primeiro lugar. Ele resume em uma cópia fiel os resultados de publicações científicas
    Uma parcela de AraNet, a rede de associação do gene da planta Arabidopsis. Cada linha representa a ligação entre dois genes.
    Foto: Carnegie Institution for Science
    Uma parcela de AraNet, a rede de associação do gene da planta Arabidopsis. Cada linha representa a ligação entre dois genes.
    A ilustração em 3D do vírus bacteriófago T4 atacando uma bactéria. Bacteriófago são vírus que infectam bactérias como, por exemplo, a E. coli
    A ilustração em 3D do vírus bacteriófago T4 atacando uma bactéria. Bacteriófago são vírus que infectam bactérias como, por exemplo, a E. coli

    Temperatura do corpo, gorduras, carboidratos e proteínas

    Por Maria Sílvia Abrão
    Divulgação/Universidade de Oregon
    Pirâmide alimentar

    Você já percebeu que a temperatura do seu corpo permanece quase sempre a mesma, com pequenas variações? Normalmente a temperatura de nossos corpos fica em torno de 37o C, seja em locais frios ou quentes. Na realidade nosso organismo produz energia térmica que nos mantém aquecidos. Mas você pode se perguntar: como produzimos essa energia?

    E a resposta é simples: por meio da alimentação. Essa energia, utilizada para aquecer os corpos, andar, correr, pular e fazermos tudo o que quiser é obtida por um processo conhecido como respiração celular. Trata-se de uma reação química, um tipo de combustão, que ocorre no interior de cada uma das nossas células. A glicose, obtida pela alimentação, reage com o oxigênio, obtido pela respiração, liberando energia e produzindo água e gás carbônico.

    Os cientistas sabem que quantidade de calor é produzida por uma certa quantidade de alimento. Veja: uma das formas de medir calor que conhecemos é a caloria. Uma caloria é a quantidade de energia térmica necessária para elevar em um grau a temperatura de um grama de água. Uma barrinha de cereal não está "quente", mas tem 80 calorias. O que é então a caloria dos alimentos?

    Energia química e energia térmica

    As ligações químicas existentes entre os átomos dos compostos que formam os alimentos "guardam" energia química, que pode vir a ser transformada em energia térmica. Se aquela barrinha de cereal for toda convertida em energia térmica, ela irá elevar em oitenta graus a temperatura de um grama de água, ou elevar a temperatura de 80 gramas de água em um grau.

    Entretanto, muitas vezes comemos e armazenamos alimentos na forma de gordura, pois não estamos precisando de energia naquele momento e fazemos uma "poupança para o futuro".

    Calor é energia térmica em trânsito entre dois corpos. Podemos dizer, genericamente, que o calor é uma forma de energia. Nossos músculos também precisam de energia para realizar seus movimentos e com isso ficamos aquecidos. Gastamos energia quando corremos, pulamos, nadamos, pedalamos. Então, fazer exercícios "queima calorias", gasta energia armazenada. Contudo, mesmo quando estamos descansando gastamos energia para manter nosso coração batendo, os rins funcionando, nosso cérebro pensando ou sonhando e nossos pulmões bombeando gases. Até mesmo quando estão parados, nossos músculos necessitam de energia.

    Gorduras e carboidratos

    Experimentalmente, os cientistas provaram que alguns tipos de alimentos fornecem mais energia que outros, como é o caso das gorduras e carboidratos. Os açúcares e o amido são conhecidos como carboidratos. Não é difícil saber quando estamos nos alimentando de alimentos ricos açúcar: tudo o que é doce ou adocicado contém açúcar - mel, doces, laranja, banana, maçã, uvas, líquidos adoçados, etc.

    Já os alimentos farináceos são aqueles ricos em amido: macarrão, bolo, pão, batatas, arroz, os diferentes cereais. Como a respiração celular é uma combustão, podemos dizer que os carboidratos são o "combustível" dos nossos corpos. Após a digestão, são absorvidos na forma de açúcares mais simples (glicose).

    A manteiga, a margarina, o azeite, os óleos e as frituras em geral são alimentos gordurosos. As carnes possuem gorduras, porém alguns tipos de carne possuem muito mais gordura que outras. Ovos, sementes e queijo também são alimentos que possuem gordura. As gorduras ou lipídeos são muito importantes para a formação das membranas celulares e são utilizadas como fonte de energia na falta dos carboidratos.

    As gorduras e os carboidratos são compostos pelos mesmos elementos químicos (carbono, hidrogênio e oxigênio). Entretanto, as quantidades de cada elemento, em seus grupamentos atômicos, são diferentes. As gorduras possuem menor quantidade de oxigênio que os carboidratos.

    Nos alimentamos principalmente de carboidratos. Então, nossa energia vem desses alimentos, classificados, juntamente com as gorduras, como alimentos energéticos.

    Trabalho e clima

    A quantidade de alimentação que uma pessoa necessita depende do tipo de vida e da região que habita. Pessoas cujo trabalho "usa" muito o corpo, que fazem muito esforço físico (carpir um terreno, juntar o gado, jogar futebol), precisam de maior quantidade de energia do que aquelas que realizam trabalhos sedentários, como ficar sentado na frente de uma escrivaninha usando o computador ou escrevendo um livro (isso também vale para quem só se diverte jogando videogame...).

    Do mesmo modo, as pessoas que vivem em regiões de clima frio alimentam-se de comidas mais gordurosas do que os indivíduos que vivem em regiões de clima quente, pois seus corpos gastam maior quantidade de energia para manter-se aquecidos.

    Proteínas e aminoácidos

    Outros tipos de alimento possibilitam o crescimento e a manutenção de nossos corpos. Estes alimentos são conhecidos como alimentos plásticos, pois se destinam a formar nossos organismos e a substituir as perdas sofridas por eles. As proteínas que compõe os nossos corpos formam-se no interior de nossas células a partir dos aminoácidos, pequenos grupamentos atômicos obtidos em parte pela alimentação.

    São necessários vinte diferentes aminoácidos para que nossos corpos produzam milhares de proteínas. Os alimentos que contém proteínas fornecem os oito aminoácidos que não somos capazes de produzir (aminoácidos essenciais) e possibilitam aos nossos corpos renovar o sangue, fazer certos materiais que mantém nossos corpos funcionando bem, cicatrizar nossas feridas, etc. Muitos alimentos contêm proteínas: carnes, leite, queijo, ovos, peixe e alguns vegetais, como soja e feijão.

    A proteína pode ser considerada a base para a construção de nossos corpos. Os aminoácidos não são armazenados no organismo, sendo necessário ingerir constantemente alimentos que contenham proteínas. Os grupamentos atômicos das proteínas são formados por carbono, hidrogênio e oxigênio, como os carboidratos e gorduras. Entretanto, as proteínas possuem também o nitrogênio. Por vezes contém também fósforo e enxofre. Mas os resíduos de dieta protéica são ricos em compostos nitrogenados, os quais são tóxicos para o organismo.

    Enfim, podemos observar que todos os alimentos são plásticos e energéticos ao mesmo tempo, embora alguns sejam mais plásticos que energéticos e outros mais energéticos que plásticos.

    terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

    Teorias evolucionistas - Parte II

    Lamarck e Darwin revolucionaram a biologia

    Por Ayrton Marcondes*



    Charles Robert Darwin (12 February 1809 – 19 April 1882)

    A evolução biológica consiste de mudanças em indivíduos de uma população as quais são transmitidas de uma geração a outra. Esse processo resulta, ao longo do tempo, no aparecimento de novas raças e novas espécies. É importante salientar que a idéia de evolução não é apenas uma especulação. Nos dois últimos séculos tem-se acumulado enorme quantidade de evidências favoráveis à evolução fato que nos dá certeza de que ela ocorreu no passado e continua a ocorrer.

    Isso significa que todas as formas vivas atualmente conhecidas, inclusive o homem, evoluíram a partir de espécies primitivas. Mas, como a evolução ocorre? De que natureza é o mecanismo que permite a modificação de espécies, o surgimento de outras e até a extinção de algumas delas?

    Tais perguntas inquietaram vários naturalistas. Empenhando-se em respondê-las propuseram teorias evolucionistas ou transformistas. Negando a imutabilidade das espécies, afrontado idéias fixistas, naturalistas do século 19 utilizaram conhecimentos disponíveis em sua época para explicar o evolucionismo. Das hipóteses então levantadas duas merecem destaque: as propostas por Lamarck (lamarquismo) e por Darwin (darwinismo).

    O lamarquismo

    Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet, Cavaleiro de Lamarck (1744-1829) é considerado o fundador do evolucionismo. Em 1809 publicou um livro, a "Philosophie Zoologique", no qual propôs sua teoria a respeito do mecanismo de evolução das espécies. Partindo das premissas de que "o meio ambiente sofre alterações e os seres vivos têm que se modificar para adaptarem-se às novas condições" e "com o tempo as modificações ocorridas nos seres vivos tornam-se hereditárias", Lamarck selecionou exemplos a seu ver comprobatórios das hipóteses que propôs.

    Segundo suas próprias palavras:

    "O ambiente afeta a forma e a organização dos animais o que significa que, quando o ambiente torna-se muito diferente, ele produz, num período de tempo correspondente, modificações na forma e organização dos animais".

    (Traduzido de Zoological Philosophy. Londres, Macmillan and Company, 1914.)

    De acordo com a proposta de Lamarck, a atrofia de partes do organismo devido ao desuso, o desenvolvimento de músculos resultante de exercícios contínuos e o escurecimento da pele sob ação da radiação solar seriam características que, uma vez adquiridas, tornar-se-iam hereditárias. Exemplos como esses e muitos outros obtidos através de acurado estudo de fósseis marinhos levaram Lamarck à proposição de dois princípios que são os pilares da sua teoria evolucionista. São eles:



  • Princípio do uso e desuso
    O uso continuado de um órgão ou parte do organismo determina o seu desenvolvimento (hipertrofia). Em contrapartida, o desuso resulta em desenvolvimento reduzido (atrofia) ou mesmo desaparecimento de um órgão ou parte do organismo.










  • Princípio da transmissão hereditária dos caracteres adquiridos
    As características adquiridas através do uso ou do desuso de órgãos ou partes do organismo tornam-se hereditárias com o passar do tempo. Desse modo novas espécies surgem a partir de transformação de outras já existentes.

    Vários exemplos ilustram estes princípios e o modo pelo qual permitiriam o aparecimento de novas espécies. Um deles explica a existência de peixes cegos em cavernas. Peixes dotados de visão teriam passado a viver em cavernas onde a inexistência de luz condicionou a atrofia de seus olhos por desuso.

    A atrofia, ocorrida ao longo de gerações, teria sido transmitida aos descendentes até o aparecimento de espécies de peixes cegos perfeitamente adaptados ao lugar onde vivem. Note-se, nesse exemplo, a ação condicionante do ambiente sem luz, fator determinante do desuso dos olhos, de sua atrofia, da transmissão à descendência e do aparecimento de espécies de peixes cegos.

    Outro exemplo bastante citado é o que busca explicar a existência do longo pescoço das girafas atuais. Segundo Lamarck, as girafas ancestrais teriam pescoço curto. Mudanças ambientais tornaram difícil a obtenção de alimentos pelas girafas já que passaram a ser encontrados apenas no topo de árvores. A necessidade de alimentos teria obrigado as girafas a um esforço de alongamento do pescoço para alcançá-los.

    A hipertrofia decorrente do uso permanente dos músculos do pescoço (caráter adquirido) teria sido transmitida hereditariamente por gerações subseqüentes verificando-se progressivo aumento desta parte do organismo. Teria sido desse modo que o pescoço das girafas atingiu o tamanho que atualmente se verifica.

    Obviamente, o Cavaleiro de Lamarck propôs uma teoria evolucionista que não pode ser aceita. Seu grande erro foi acreditar que características adquiridas possam ser transmitidas hereditariamente. Entretanto, é preciso lembrar que à época em que Lamarck viveu os princípios da hereditariedade que hoje conhecemos ainda não tinham sido desvendados.

    As bases da genética e da reprodução só viriam a ser desvendadas por Gregor Mendel por volta de 1860. Ainda assim, os experimentos de Mendel permaneceriam desconhecidos por cerca de quarenta anos vindo a ser redescobertos somente em 1900 através de estudos isolados de Correns, Tchesmark e Hugo de Vries.

    O darwinismo

    Charles Robert Darwin (1809-1882) foi o quinto filho de importante família na Inglaterra. Estudante de medicina, abandonou o curso antes de terminá-lo e matriculou-se na universidade de Cambridge com a intenção de formar-se clérigo. Já graduado, aos 22 anos de idade Darwin foi recomendado por seus mestres para participar, como naturalista, de uma viagem de exploração científica ao redor do mundo.

    A viagem de Darwin no HMS Beagle

    Darwin embarcou, em dezembro de 1831, no navio HMS Beagle e iniciou uma viagem que duraria cinco anos. Nesse período, Darwin teve oportunidade de recolher informações relacionadas à meteorologia, hidrografia e geologia da América do Sul e outras regiões do globo. Fazendo uso de agudo senso de observação Darwin analisou fósseis e coletou fantástica quantidade de dados relativos à vida animal e vegetal, relações entre os seres vivos, sua variabilidade e adaptações dos mesmos aos ambientes naturais vivem.










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    Universidade de Turim
    Uma variedade de tentilhão
    De particular interesse para os estudos de Darwin revelou-se o Arquipélago de Galápagos, situado no oceano Pacífico a cerca de 1.000 Km da costa da América do Sul, formado por ilhas vulcânicas. Nele Darwin observou que em cada ilha existem tartarugas, tentilhões e outros seres adaptados aos ambientes particulares em que vivem. Darwin estudou detidamente estes seres vivos analisando as diferenças em suas estruturas e hábitos alimentares.













  • A observação dos tentilhões, mais tarde relatada por Darwin, tornou-se exemplo clássico de prova do evolucionismo. Em Galápagos cada ilha é habitada por espécies semelhantes mas distintas dessas aves fato que atesta o caráter gradual da evolução. Darwin notou que os tentilhões diferem pelo formato e tamanho de seus bicos.

    A diferença ocorre porque os bicos, tais quais ferramentas, têm forma e tamanho adaptados ao tipo de alimento encontrado nas ilhas em que os tentilhões vivem. Trata-se, portanto de um caso em que se verifica a variabilidade de seres decorrente das suas necessidades de adaptação aos ambientes, fator indispensável às suas sobrevivências.

    Observações como a descrita em relação aos tentilhões, levaram Darwin a duvidar da imutabilidade das espécies. Admitiu, então, a transformação das espécies a partir de outras pré-existentes sem, contudo, atinar com a causa das transformações.

    A influência de Thomas Malthus

    Após cinco anos, Darwin retornou à Inglaterra e iniciou seu trabalho de organização das informações obtidas durante a viagem. De suas observações três pareceram a ele particularmente importantes: as variações apresentadas por indivíduos de uma mesma espécie; as semelhanças entre indivíduos de espécies diferentes que vivem em regiões muito próximas; e a semelhança entre fósseis que encontrou e espécies atuais.

    Os estudos de Darwin progrediram após a leitura de um trabalho, publicado em 1798, por Thomas Malthus (1766-1834) denominado "Um Ensaio sobre a Teoria da População". De acordo com Malthus a população tende a crescer mais rapidamente que a quantidade de alimentos que necessita para sobreviver. Em outras palavras, enquanto a população cresce em progressão geométrica, os alimentos crescem em progressão aritmética. A desproporção decorrente deste fato gera uma situação assustadora com conseqüências como a fome, doenças e guerras entre povos.

    Inteirado sobre as idéias de Malthus, Darwin imediatamente aplicou-as aos animais e vegetais. A partir daí trabalhou por duas décadas em sua teoria que foi anunciada pela primeira vez em 1858 e finalmente terminada em 1859 quando publicou o livro "A Origem das Espécies".

    A evolução pela seleção natural

    Darwin não tinha intenção de publicar a sua obra e chegou a instruir sua mulher para que o fizesse apenas depois da sua morte. Convencido por amigos, estava para publicá-la quando, em 1958, recebeu carta inesperada de Alfred Russel Wallace (1823-1913) na qual este naturalista descrevia idéias sobre a evolução muito próximas às suas. Mesmo assim e depois de alguma relutância publicou a sua teoria de evolução pela seleção natural que pode ser resumida nos seguintes tópicos:










  • As populações têm potencial para crescer em progressão geométrica aumentando exponencialmente o número de indivíduos;










  • Entretanto isso não acontece: o número de indivíduos de uma mesma espécie, em cada geração, mantém-se aproximadamente constante;










  • O não crescimento populacional só pode ser explicado por elevada taxa de mortalidade;










  • A mortalidade elevada explica-se pelo fato de os indivíduos não serem iguais entre si. As variações que apresentam, na maior parte de origem hereditária, podem ou não lhes ser úteis no ambiente onde vivem. Isso representa que alguns se mostram mais capazes do que outros para sobreviver e deixar descendentes;










  • Verifica-se, portanto, uma luta pela sobrevivência que é vencida pelos indivíduos mais aptos, ou seja, que possuem variações que melhor os adaptem ao meio ambiente;










  • Em síntese, a natureza seleciona os indivíduos mais aptos. A esse processo Darwin deu o nome de seleção natural.

    A ação da seleção natural tem como conseqüência a sobrevivência dos indivíduos portadores das melhores variações adaptativas em relação ao meio em que vivem. Tais variações, por serem hereditárias, acumulam-se na descendência. O acúmulo de variações ao longo de inúmeras gerações altera de tal forma os indivíduos que se chega a um estágio no qual surgem descendentes diferentes de seus ancestrais e que constituem uma nova espécie. Através desse raciocínio Darwin explicou como aparecem novas espécies a partir de outras que já existiam.

    O neodarwinismo

    Por que ocorrem as variações? Darwin não conseguiu responder a essa pergunta. O aparecimento de variações hereditárias na descendência só pode ser explicado mais tarde com o nascimento da genética.

    Atualmente sabe-se que as variações hereditárias são provocadas pelas mutações e pela recombinação genética. As mutações são variações espontâneas dos genes e constituem-se em matéria-prima para a evolução. Os genes mutantes determinam novas características nos organismos e podem ou não ser úteis aos indivíduos que as possuem face ao ambiente em que vivem. Quando úteis prevalecem e são transmitidas aos descendentes, acumulando-se e contribuindo para o aparecimento de novas espécies.

    A recombinação genética, ou crossing-over, ocorre durante o processo de meiose através do qual os seres vivos produzem as suas células sexuais. A recombinação do material genético resulta em novos arranjos de genes e geração de indivíduos com características diferentes que serão selecionadas.

    À teoria de Darwin acrescida à explicação genética das causas da variabilidade dá-se o nome de neodarwinismo ou teoria sintética da evolução.

    Lamarck X Darwin

    Como diferenciar as teorias evolucionistas propostas por Lamarck e Darwin? Embora bastante diferentes em suas formulações, as duas teorias buscam explicar a modificação das espécies e podem ser facilmente diferenciadas quando destacamos a ação do ambiente. Para Lamarck o ambiente é a causa das modificações que ocorrem nos seres vivos. É o ambiente que as provoca. Darwin entende o ambiente como meio de seleção natural de características apresentadas pelos seres vivos. Em outras palavras, para Darwin os seres sofrem mudanças que são selecionadas pelo meio ambiente.

    A aplicação das teorias a um exemplo anteriormente citado esclarece as diferenças entre as duas teorias. O atual tamanho de pescoço das girafas é explicado por Lamarck como resultante de um alongamento em função da necessidade de conseguir alimentos localizados em lugares altos. Seria, pois, a alteração ambiental a causa da mudança.

    Darwin partiria da variabilidade para explicar o mesmo fato: existiriam girafas de pescoços curtos e outras de pescoço longo. A mudança ambiental que obrigou as girafas a conseguirem alimentos em locais mais altos favoreceu aquelas portadoras de pescoço longo e fez desaparecer as de pescoço curto. Teria havido, portanto, ação do ambiente no sentido de selecionar os animais portadores de características adaptadas às novas exigências ambientais.
  • Ensino médio afasta aluno da escola

    Etapa foca apenas no preparo para o vestibular, mas não prepara jovens "para o mundo", segundo educadores e estudantes

    Até a 8ª série, Evelyn Manuel Rodrigues era a típica boa aluna, com caderno caprichado, gosto pelos estudos e notas acima da média. Na 1ª série do ensino médio, seu rendimento caiu, faltou várias vezes às aulas, chegou atrasada tantas outras, acabou reprovada e desistiu de estudar.
     
    Longe de ser uma exceção, ela entrou para um grupo que consiste na metade dos estudantes desta etapa de ensino: os que desistem antes de terminá-la. A escola não consegue manter o interesse dos adolescentes.

    Além dos alunos que deixam de estudar nesta fase, muitos dos que ficam não demonstram vontade de aprender, o que contribui diretamente para torná-la a pior etapa da educação brasileira.
    Foto: Amana Salles/Fotoarena
    Para especialistas, ensino médio com o currículo atual é inútil para a maioria dos estudantes
    “O ensino médio, como está, é algo inútil na vida da maioria dos jovens”, afirma Elizabeth Balbachevsky, livre docente do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora participante de grupos internacionais na área de educação para jovens. Para ela, a orientação para o vestibular, objetivo de quase todas as escolas desta etapa, é um desperdício.
     
    “Para quem não está na perspectiva de entrar na faculdade, a sala de aula não tem nada a oferecer. O ensino brasileiro tem uma carga muito forte, toda preparatória para o acesso à universidade e não para a vida ou o curso superior em si”, comenta.
     
    O problema é que a maioria não vai prestar o tão esperado processo seletivo, principalmente antes de experimentar primeiro o mercado de trabalho: só 15% dos jovens brasileiros de até 29 anos fizeram ou estão fazendo um curso superior. Nos países mais desenvolvidos esta porcentagem dobra, mas ainda fica muito longe de ser maioria.
     
    O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, concorda que o foco do ensino médio precisa ser ajustado. “No mundo todo, a fase tem um caráter terminativo. Dali para frente a pessoa está preparada para começar a vida adulta, pode até ser na faculdade, para quem quer, mas também pode ser trabalhando ou em qualquer projeto. A educação básica está concluída”, diz.
    Foto: Amana Salles/Fotoarena Ampliar
    Para Ayrton Souza, única função do ensino médio é preparar para o vestibular
    Hoje aos 19 anos, Evelyn Rodrigues, a jovem que abre esta reportagem, percebeu a falta que lhe faz os estudos. Nos três anos em que ficou longe da sala de aula, trabalhou como tosadora de cães, foi morar com o namorado e ficou grávida. “Nesta época, eu queria trabalhar. Quando arrumei um emprego, achei que estava aprendendo mais lá do que na escola. A aula parecia não ter muito a ver com minha vida. Agora sei que era fundamental para melhorá-la.”

    “Acho que a escola podia dar um curso”

    Os alunos do ensino médio reconhecem o objetivo pré-vestibular da escola. Ao ser questionado sobre para que serve essa fase, Ayrton Senna da Silva Souza, de 16 anos, estudante do 3º ano na escola estadual José Monteiro Boanova, no Alto da Lapa, área nobre de São Paulo, resume a função em uma frase: “Para mim, esta é a etapa que vai mostrar quem está pronto para entrar na faculdade”, disse.
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    Recém-formado, Carlos Educardo Dias acha que a escola podia ter oferecido "cursos" que ajudassem na busca do emprego
    Quando a pergunta é o que gostariam que a escola oferecesse, a resposta muda. “Um curso”, responde Carlos Eduardo Dias, de 18 anos, que se formou na mesma unidade em dezembro. Ele espera fazer curso superior um dia, quando souber melhor em que área quer se especializar e tiver dinheiro para pagar a mensalidade. Enquanto isso, trabalha como auxiliar em uma concessionária de veículos. “Tive sorte de ser indicado, mas acho que a escola podia dar um curso que ajudasse mais, de informática, de vendas, algo assim.”

    Outra colega do 3º ano, Eliza Rock da Silva, de 17 anos, mesmo tendo a universidade como meta, gostaria de ter mais autonomia e um ambiente melhor para aprender. “Acho que se os alunos tivessem o direito de escolher parte do curso, diminuiria o desrespeito pelos professores e, quem tem interesse, conseguiria estudar. Eu gostaria.”

    A superintendente do Instituto Unibanco, Wanda Engel, sugere, além de conteúdos voltados ao mercado de trabalho, mais atividades culturais e esportivas. Ela lembra que até pouco mais de uma década, o ensino médio era uma "festa" para os jovens que tinham acesso a ele.

    Os alunos se envolviam em grêmios estudantis, festivais culturais, competições esportivas e outras atividades que desapareceram da maioria das instituições. Para a educadora, só há dois motivos capazes de manter os jovens na escola: “ou eles vão porque vale o esforço, vão aprender algo útil e conseguir emprego; ou porque há atrações que os envolvem”.
    Foto: Amana Salles/Fotoarena Ampliar
    Para Eliza, mais autonomia geraria respeito em sala de aula para interessados poderem estudar
    Formação do ser humano

    Nem só o mercado de trabalho precisa de jovens bem formados. O professor de Políticas Educacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e diretor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Pablo Gentile, lembra que os jovens também são cidadãos, eleitores e ajudam a definir a cara da sociedade brasileira por gerações. "O ensino médio deveria se preocupar com a formação do ser humano", resume.

    Ele entende que a adolescência é um momento de transformação da pessoa e, portanto, é essencial que bons valores sejam apresentados. "O ensino médio é uma oportunidade ímpar para que o jovem se depare com o conhecimento que vai torná-lo ativo e produtivo”, afirma.

    Para ele, em vez de um conteúdo voltado ao vestibular ou ao mercado de trabalho imediato, as escolas deveriam focar nas disciplinas que ampliam o entendimento do mundo em que vivem, com noções de política, filosofia, sociologia, ciências, português e matemática. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tenta atrair a escola para esses focos, ao solicitar nas provas de acesso a boa parte das universidades públicas mais conhecimentos gerais e capacidade de raciocínio do que conteúdos específicos. “Um cidadão melhor se tornará, inclusive, bom profissional.”

    segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

    Teorias evolucionistas - Parte I

    Lamarck e Darwin revolucionaram a biologia

    Por Maria Sílvia Abrão*

    Reprodução
    O cavaleiro de Lamarck, pioneiro do evolucionismo


    Pense com quantas espécies de seres vivos você já se deparou na sua vida.

    A variedade de seres vivos existentes no nosso planeta fascina o homem há muito tempo. A necessidade de buscar explicações para a sua própria origem, para a origem de todos os outros seres vivos e até mesmo do universo, levou o homem a criar mitos e teorias a esse respeito.

    O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) afirmava que as espécies surgem por geração espontânea, ou seja, os organismos, como por exemplo, ratos e baratas, podem surgir de uma massa inerte, de uma camisa muito suja e farelo de aveia deixados em um local protegido. A geração espontânea permaneceu a única explicação científica do surgimento das espécies durante séculos.

    Em geral, as pessoas acreditavam que cada espécie de ser vivo havia sido criada por Deus (criacionismo) e assim permanecia imutável ao longo dos tempos (fixismo). Essas são teorias em os adeptos de algumas religiões acreditam até os dias de hoje.

    Questionando o fixismo

    Os biólogos do século 18, porém, começaram a questionar o princípio da imutabilidade das espécies. Georges Louis Leclerc (1707 - 1788), o conde de Buffon, fez um vasto trabalho sobre a história da Terra. A principal importância dessa obra é a de lançar a idéia de mudança das espécies com o tempo - a evolução.

    O fato de os homens e alguns animais possuírem órgãos que, pareciam, não ter utilidade alguma levou Buffon a concluir que esse seria um indício da ocorrência de alguma modificação na espécie. Ele chegou a sugerir a existência de um ancestral comum dos mamíferos (homens, macacos e quadrúpedes), mas como era possível ter certeza disso?

    Erasmus Darwin (1731-1802), avô do naturalista Charles Darwin, acreditava que as aptidões de um determinado animal eram resultado da organização da matéria da qual era formado. Assim, ao observar a estrutura de um organismo pode-se relacionar, entender, a sua função.

    Partindo desse princípio, para Erasmus Darwin, a mudança da estrutura de alguma espécie era devida a transformações no ambiente e seria uma resposta do organismo a essa variação. Quaisquer mudanças ocorridas em um indivíduo seriam transmitidas para a sua prole.

    Lamarck e o lamarquismo

    Jean-Baptiste Antonie de Monet, cavalheiro de Lamarck (1744-1829) era um naturalista francês que compartilhava da idéia de que a estabilidade das espécies não tinha fundamento. Descreveu exemplos de criação seletiva (feita pelo homem) para fundamentar que as espécies mudam e que a causa dessas mudanças são as condições externas.

    Para Lamarck, modificações no ambiente causam alterações nas necessidades dos seres vivos, o que leva a uma alteração de comportamento. Assim são alteradas a utilização e o desenvolvimento dos órgãos de cada indivíduo, o que, ao longo do tempo interfere na forma das espécies.

    Sendo assim ele chegou a lei do uso e desuso, segundo a qual os indivíduos perdem características de que não necessitam e desenvolvem as que estão sendo utilizadas. Essa mudança seria transmitida à prole, ou seja, ocorre a transmissão dos caracteres adquiridos. O exemplo mais famoso que ele apresentou foi o seguinte: o pescoço comprido das girafas se desenvolveu à medida em que elas precisaram comer folhas das árvores mais altas.

    Seguindo esse raciocínio, os músculos potentes das pernas de um jogador de futebol seriam herdados pelos seus filhos. Essa seria a herança dos caracteres adquiridos, o que evidentemente não ocorre.

    Cuvier e Owen

    Influenciado pelas idéias de Goethe sobre morfologia, Georges Cuvier (1769-1832) estudou os fósseis. Seus estudos não o conduziram a quaisquer das conclusões de Lamarck. Ele verificou a existência da sucessão de populações animais, bem como a extinção de espécies que tinham existido.

    Para ele estas extinções teriam ocorrido porque a Terra havia passado por uma série de catástrofes, assim como o dilúvio. Após cada catástrofe, o repovoamento da Terra era feito pelas espécies remanescentes e pelas espécies novas as quais vinham de partes do mundo que não haviam sido adequadamente exploradas.

    Cuvier entendia que um organismo é formado de várias partes complexas que se inter-relacionam e que não podem ser modificadas, pois isso causaria uma desarmonia no indivíduo. Ele não acreditava na evolução orgânica. Para Cuvier, as alterações nos órgãos alterariam a capacidade de sobrevivência de um animal. Porém, ele estabeleceu a extinção como um fato e seus pontos de vista estimularam o interesse de outros pesquisadores pela anatomia comparada e pela paleontologia.

    Richard Owen (1804-1892) concentrou seu trabalho basicamente na paleontologia. Ele reconstruiu muitos animais pré-históricos e fez uma imensa investigação sobre os dentes dos mamíferos. Para Owen a matéria viva possuía uma energia organizadora, que direcionava o crescimento dos tecidos e determinava o período de vida do indivíduo e das espécies.

    Quando lhe foram apresentados estudos de anatomia comparada, os quais indicavam que crustáceos haviam divergido de seus parentes, Owen atribuiu as semelhanças à "arquétipos" na mente Divina, assim demonstrou a evidência fóssil de uma seqüência evolutiva de cavalos como apoio a sua idéia de desenvolvimento a partir de arquétipos.

    A teoria de Darwin

    Charles Robert Darwin (1809 - 1882), em 1831, foi convidado a participar como naturalista de uma volta de navio ao mundo promovida pela marinha inglesa. A viagem de Darwin, que durou cinco anos, aumentou os conhecimentos práticos do naturalista e serviu para fundamentar sua teoria da evolução.

    Consciente das implicações de suas idéias sobre a tese da imutabilidade das espécies, a qual estava diretamente relacionada a preceitos religiosos, Darwin fez um estudo minucioso durante mais de vinte anos, para provar a transformação dos seres vivos. Em 1858, recebeu uma carta de Alfred Russel Wallace (1823-1913), um jovem naturalista na época, solicitando sua avaliação sobre o esboço de seu trabalho, o qual realizara nas ilhas do arquipélago Malaio.

    Ao ler a carta Darwin ficou completamente surpreso e escreve a seu amigo Charles Lyell (1797-1875): "Ele (Wallace) não poderia ter feito melhor resumo do meu trabalho desenvolvido nestes últimos 22 anos..." Isso o encorajou a publicar suas idéias. Darwin estabeleceu uma origem comum a todas as espécies, revolucionando a concepção de humanidade e sua relação com as demais espécies do planeta. Foi muito criticado pelas igrejas cristãs e por vários cientistas da época, como já era o previsto.

    O oponente mais sério de Darwin foi Richard Owen, pois o livro de Darwin - "A Origem das Espécies" - era uma rejeição implícita da classificação dos mamíferos feita por Owen. Em um debate anual realizado na Associação Britânica, em Oxford, sua obra causou uma grande controvérsia e uma discussão pública foi realizada.

    O grande defensor de Darwin (já que este estava ausente), foi Thomas Henry Huxley (1894-1963), que se tornou seu maior advogado. Tempos depois, Huxley estabeleceu que a diferença entre o homem e os grandes símios era menor do que as diferenças entre eles e os primatas menores. Huxley teve papel importante no estabelecimento do ensino de ciências, pois colocou a necessidade de o aluno aplicar o método científico e verificar, sozinho, os conceitos ensinados.

    domingo, 20 de fevereiro de 2011

    Evolucionismo

    Seleção natural é a idéia central do darwinismo

    Por Maria Sílvia Abrão*

    Reprodução
    O naturalista Charles Darwin


    A palavra evoluir vem do latim evolutione, que significa desenvolvimento progressivo, seja de uma idéia, de um acontecimento, de uma ação, etc. Em biologia, evolução se refere a uma teoria que admite a transformação progressiva das espécies.

    Os seres vivos podem se "ajustar" às condições ambientais até um certo limite. Por exemplo, um jogador de futebol que mora e treina na cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo, se for jogar uma partida na Bolívia (onde a altitude é muito maior e assim a pressão do oxigênio contido no ar é bem menor) precisará ir alguns dias antes da partida para treinar e elevar o seu número de hemácias no sangue, o que aumentará a eficiência do transporte de oxigênio para os diferentes tecidos do corpo.

    Contudo, se este mesmo jogador subir a altitudes muito maiores na nossa atmosfera, chegará um momento que seu corpo não conseguirá mais se ajustar, adaptar, às novas condições. Aí, mesmo que ele não faça nenhum esforço físico, a sua capacidade de retirar oxigênio do ar será insuficiente para mantê-lo vivo e ele vai morrer.

    Ao capinar jardins, cortar cana, ou colher feijão, a pele das mãos de um lavrador ficará mais grossa, espessa (calejadas), pelo uso contínuo da foice ou da enxada, pelo trabalho duro realizado com elas.

    Adaptação e transmissão de características

    Um halterofilista terá a musculatura de seus braços bastante desenvolvida, mas seu filho, se não praticar o mesmo esporte, não terá a musculatura avantajada como a do pai. Ou seja, as pessoas que apresentam as alterações que citamos anteriormente não as transmitem para seus descendentes. Essas alterações são fisiológicas, no indivíduo. Nesses casos, não há uma modificação no material genético para que possa ser transmitido às outras gerações.

    Existem características das espécies que podem ser transmitidas aos descendentes de uma mesma espécie. Diferentemente da maioria dos outros mamíferos, as baleias têm corpos hidrodinâmicos; normalmente não possuem pêlos (que é uma característica dos mamíferos) e têm seus membros anteriores transformados em nadadeiras. Além disso, possuem uma cauda achatada horizontalmente, responsável pela locomoção e estabilidade de seus corpos.

    O ouvido das baleias não apresenta qualquer estrutura externa, como a maioria dos mamíferos que possui orelha. Suas narinas localizam-se no alto da cabeça e elas têm uma espessa camada de gordura embaixo de uma grossa pele, que proporciona um isolamento térmico, funciona como reserva de energia para enfrentar as longas migrações e auxilia na flutuação de seus corpos. O sistema respiratório desses animais suporta longos períodos de mergulho.

    Podemos dizer que as baleias estão adaptadas ao meio aquático, pois possuem várias características que lhes permitem sobreviver nesse ambiente. Essas características são geneticamente determinadas e assim podem ser transmitidas aos descendentes de cada uma das baleias.

    A evolução biológica pode ser compreendida como um conjunto de transformações que ocorre no decorrer do tempo em uma população. Essas modificações estão intimamente ligadas ao como estes seres vivos se adaptam ao meio ambiente, ou seja, essas modificações são movidas pela seleção natural.

    Seleção natural

    Quando uma espécie encontra-se em um meio favorável, o número de indivíduos daquela espécie aumentará até o limite de capacidade daquele ambiente. Suponhamos que em uma determinada região o solo esteja bastante favorável para o desenvolvimento de plantas herbáceas (plantas de pequeno porte).

    Alguns coelhos chegam a essa região e se reproduzem, geram descendentes, os quais conseguem sobreviver devido à abundância alimentar e à disponibilidade de espaço, pois podem esconder-se de seus predadores. Esses descendentes também se reproduzem e os descendentes de seus descendentes também se reproduzem. Dessa forma a população de coelhos irá aumentar até não existir mais alimento suficiente para todos, nem espaço para viver ou se esconder dos predadores.

    Esses coelhos são todos de uma mesma espécie e, mais do que de uma mesma espécie, são de uma mesma população, são aparentados de uma maneira geral. Porém, apesar de serem geneticamente muito semelhantes, não são idênticos. Alguns são mais lentos e podem ser mais facilmente capturados pelos seus predadores. Os que têm a visão melhor e são mais rápidos encontrarão alimento mais facilmente.

    Alguns podem apresentar uma deficiência imunológica e ao serem infectados por microrganismos morrerão facilmente. A coloração de alguns chamará mais a atenção dos predadores que a coloração de outros, sendo assim, os mais chamativos terão maior dificuldade para escapar de seus predadores.

    Na luta para se manterem vivos, os que conseguem chegar na idade adulta, se reproduzem. Esses indivíduos que sobreviveram eram mais adaptados que os outros e conseguiram deixar mais descendentes, semelhantes a eles, que, por sua vez, terão maior probabilidade de se adaptarem ao meio, como seus pais.

    A esse processo Darwin deu o nome de seleção natural: os mais adaptados às condições do meio ambiente sobrevivem e se reproduzem e a cada geração os que se reproduzem são, preferencialmente, aqueles que possuem melhores condições de adaptação ao meio ambiente.

    Darwinismo

    Baseando-se na seleção natural, Darwin estabeleceu a teoria da evolução, a qual é conhecida como darwinismo.

    A teoria evolucionista de Darwin pode ser descrita da seguinte forma: as espécies de seres vivos se transformam ao longo dos tempos, pois sofrem seleção natural, que prioriza os seres mais adaptados ao ambiente em que vivem, devido a suas características serem adequadas ao meio onde vivem. Assim, a força que gera a transformação das espécies no decorrer do tempo é a seleção natural.

    Se as condições do meio em que vivem se alteram, os indivíduos bem adaptados podem não ser mais os mesmos. Um exemplo clássico é o das mariposas da Inglaterra (Biston betularia). Antes da industrialização, os bosques próximos às cidades eram ambientes claros. Assim as mariposas de tonalidades mais claras confundiam-se com os trocos das árvores, que eram cobertos por líquens. Seus predadores visualizavam melhor as mariposas de tonalidades escura, e as capturavam com maior freqüência.

    Podemos afirmar que, nessa época, as mariposas de coloração mais clara estavam mais adaptadas ao meio ambiente. Por isso, conseguiam se reproduzir com maior freqüência e deixavam mais descendentes que as mariposas de tonalidades escuras. Com a industrialização da Inglaterra, a fuligem passou a cobrir os troncos das árvores em lugar dos liquens. A poluição deixou o ambiente dos bosques mais escuro.

    Dessa forma, as mariposas de colorações mais claras passaram a ser capturada com maior freqüência pelos predadores, já que esses, agora, as enxergavam com maior facilidade. Assim as mariposas mais escuras passaram a ser favorecidas pela nova condição do meio ambiente e as mariposas de tonalidades mais claras, antes bem adaptadas, deixaram de se reproduzir com tanta freqüência e produzir tantos descendentes.

    Neodarwinismo

    Na época que Darwin criou a teoria da evolução sua maior dificuldade era explicar de forma satisfatória a origem e a e a transmissão das variações que ocorreriam nas populações das diferentes espécies. Darwin morreu sem conseguir explicar essas variações, pois muitos conhecimentos, como os de mutação, ainda não eram conhecidos.

    O neodarwinismo, ou a teoria sintética da evolução, é o desenvolvimento das idéias de Darwin, o qual se deu a partir das informações conseguidas pela genética, pela sistemática e pela paleontologia para explicar a evolução da vida.

    PLANO DE AULA - Alimentação - 7ª séries - EF

    Objetivos
    1) Reconhecer a importância da alimentação para o funcionamento do nosso organismo;

    2) Conhecer os diferentes processos de produção de energia;

    3) Discriminar tipos de alimentos necessários para a vida.
    4) Reconhecer características de cada grupo de alimentos: gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais.

    Comentários

    O tema alimentação está presente em todas as etapas da formação escolar e é parte essencial na formação de hábitos e atitudes saudáveis. Abrange as áreas de ciências, saúde e educação física. Conforme a faixa etária que será atendida, pode-se relacionar o assunto com diversos outros temas de interesse do pré-adolescente e do adolescente, como padrões de beleza, distúrbios alimentares, hábitos de consumo e perfil nutricional da população brasileira.

    Material

    Os textos Alimentação (1): O que os alimentos fazem pelo nosso organismo e Alimentação (2): O papel dos minerais e das vitaminas, do site Educação, podem servir de base para o trabalho em classe.

    Estratégias

    1) Atividade motivadora (opcional): medir a temperatura corporal dos alunos;
    2) Conversar sobre os alimentos e sobre a importância da alimentação para a saúde;
    3) Solicitar a leitura dos textos Alimentação (1) e Alimentação (2);
    4) Uma vez lidos os textos, divide-se a classe em duplas de alunos.

    Cada dupla deve criar dez perguntas relativas ao texto.

    A dupla também deverá fornecer as respostas corretas às perguntas.

    Por exemplo:



  • Nossa temperatura varia bastante ou é constante? Resposta prevista: Com pequenas variações, permanece sempre a mesma.







  • Como nosso organismo se mantém aquecido? Resposta prevista: Produzindo energia térmica.







  • Como produzimos energia térmica? Por meio da alimentação.
    5) Cada dupla troca sua lista de perguntas e repostas com outra dupla de colegas, para ser corrigida.





  • Avaliação

    Pode ser feita pela apresentação oral e por uma apresentação escrita da atividade.
    Serão avaliados aspectos como: abrangência em relação aos temas, relevância das perguntas e nível de acerto e adequação das respostas.

    Formandos em Técnicos em Podologia 2011

    Escola: C.A.P. Centro de Atividades Podologicas

    Formandos em Técnicos em Podologia - C.A.P. Centro de Atividades Podologicas