segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ORIENTAÇÃO SEXUAL - Homossexualidade

A homossexualidade é uma das formas mais evidentes de manifestação da não-heterossexualidade. Desde que foi nomeada pela ciência, a homossexualidade esteve geralmente associada ao crime, ao pecado e a doença, pelos mecanismos de controle social: a lei, a religião e a ciência. Por isso, é que antigamente dizia-se “homossexualismo”, usando o sufixo ismo para indicar que as práticas homossexuais eram consideradas doentias e por tanto, poderia (e deviam) ser tratadas. Assim, muitos/as homossexuais no passado, foram submetidos a tratamentos severos e inúteis que buscavam “curá-los” da homossexualidade.
Desde 1993, a Classificação Internacional de Doenças (CID) não considera mais a homossexualidade como doença, deixando de considerá-la como algo que deve-se ser tratado e pode ser curado. Desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia, por meio da resolução 01/99, proibiu que os psicólogos submetessem pessoas a terapias “curativas” para converte-las da homossexualidade:
Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.
Sendo assim, e também, graças às conquistas no campo dos Direitos Humanos, abandonou-se o uso do ismo em favor do sufixo dade, reconhecendo que trata-se de uma condição humana, característica da sexualidade das pessoas (um modo de ser) e que nada tem a ver com doença, crime ou pecado.
Genericamente pode-se entender a Homossexualidade como a atração afetiva e sexual por uma pessoa do mesmo sexo. Da mesma forma que a heterossexualidade (atração por uma pessoa do sexo oposto) não tem explicação, a homossexualidade também não tem e cada pessoa escolherá a sua forma de viver (ou não) sua homossexualidade. Sim, cada pessoa poderá optar por vivenciar ou não práticas homossexuais, se houver dentro dela este desejo. Ela poderá apenas escolher viver ou não a homossexualidade, mas não poderá determinar ou escolher a sua orientação sexual (orientação do seu desejo).
ORIENTAÇÃO SEXUAL, afinal, o que pode ser?

Orientação sexual se refere à direção ou à inclinação do desejo afetivo e erótico. De maneira simplificada, pode-se afirmar que esse desejo, ao direcionar-se, pode ter como único ou principal objeto pessoas do sexo oposto (heterossexualidades), pessoas do mesmo sexo (homossexualidades) ou de ambos os sexos (bissexualidades).O termo “orientação sexual” tem sido mais utilizado nos últimos anos (ao invés da opção sexual), pois a idéia de “opção” permite a compreensão de que o/a homossexual escolheu sentir o desejo que sente e, portanto, poderia ter optado por ser heterossexual. Se fosse uma questão de opção, heterossexuais também poderiam escolher sentir desejo por pessoas do mesmo sexo?
Genericamente, homossexuais são aqueles indivíduos que têm orientação sexual e afetiva por pessoas do mesmo sexo. Homossexuais do sexo biológico masculino (que nasceram homens) são chamado de GAYS e homossexuais do sexo biológico feminino são chamadas LÉSBICAS (existem outras tantas formas de nomeá-las, mas a maioria delas é pejorativa, ofensiva e desrespeitosa).
Gays e Lésbicas: são indivíduos que, se relacionam, afetiva e sexualmente, com
pessoas do mesmo sexo. Existem pessoas que optam por viver abertamente sua sexualidade a despeito dos preconceitos e situações de discriminação. Existem também, pessoas que optam por não viver abertamente sua sexualidade e entendem que não precisam demonstrar sua orientação sexual. Muitas vezes, homossexuais optam por viver uma falsa heterossexualidade a fim de mascarar socialmente seu desejo por pessoas do mesmo sexo.
Bissexuais: são indivíduos que se relacionam sexual e/ou afetivamente com qualquer dos sexos. Alguns assumem as facetas de sua sexualidade abertamente, enquanto outros vivem sua conduta sexual de forma fechada. Alguns indivíduos, podem vivenciar com maior freqüência a heterossexualidade ou a homossexualidade, mas podem ter um equilíbrio entre a quantidade de parceiros homens e mulheres, durante a vida.
HSH e MSM: As siglas HSH (Homens que fazem Sexo com Homens) e MSM (Mulheres que fazem Sexo com Mulheres) foram criadas e adotadas em alguns países do mundo, principalmente por legisladores, profissionais e técnico da Saúde e ativistas, para referir-se, no caso dos homens, àqueles que tem ou mantêm relações sexuais com outros homens, mesmo que estes não reconheçam ter orientação sexual homossexual ou se auto-identificarem como “gays”. O mesmo vale para sigla MSM, no caso das mulheres que fazem sexo com outras mulheres, mas não se veem como “lésbicas”.
Atenção: Essas definições atendem a fins específicos e ajudam a orientar as ações de instituições e governos, para a realização de projetos e iniciativas que tem como publico alvo gays, lésbicas, bissexuais, HSH e MSM, nas áreas da saúde, assistência social, jurídica, psicológica e outras. São definições que auxiliam a identificar um determinado grupo, mas que não devem ser consideradas (nem utilizadas) como totalizantes ou como formas de rotular as pessoas, pois são definições que simplificam as experiências de vida que são, na verdade, bem mais múltiplas e diversas de modo que, cada pessoa pode experimentar (ou não) certas vivências durante sua vida, que vão além dessas definições e rótulos.