Amostra da prova foi divulgada pelo Inep com 40 testes.
Professores apontam incoerências em questões.
O simulado do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) confirma a cobrança de mais conceitos e conteúdo escolar, de acordo com a avaliação de cursinhos pré-vestibulares.
A prova, com 40 questões em vez das 180 do exame oficial, foi divulgada à meia-noite desta quarta-feira (29) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação. Os gabaritos acompanham os arquivos das provas.
A prova, com 40 questões em vez das 180 do exame oficial, foi divulgada à meia-noite desta quarta-feira (29) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação. Os gabaritos acompanham os arquivos das provas.
VEJA AS PROVAS DO SIMULADO DO ENEM
Ciências da natureza (com o enunciado da questão 9 corrigido) (o arquivo está em .pdf)
Ciências humanas (o arquivo está em .pdf)
Linguagens (o arquivo está em .pdf)
Matemática (o arquivo está em .pdf)
Para abrir os arquivos é preciso ter o Acrobat Reader. Baixe aqui o programa
"O simulado está dentro do anunciado pelo Inep, com questões difíceis, como no Enem antigo, e outras com grau de dificuldade médio e difícil", afirma Carlos Eduardo Bindi, diretor do Curso Etapa, em São Paulo.
Veja também: Inep divulga simulado do Enem
"O formato do novo Enem não reinventa a roda, porque já existem outros vestibulares que avaliam muito bem e que têm questões interdisciplinares. Na verdade, o que ele fará será levar boas práticas para o país inteiro, especialmente para aqueles locais em que os vestibulares são mais fracos. Não há um desvio de rota, mas um alinhamento em nível federal", analisa Bindi.
Ciências humanas (o arquivo está em .pdf)
Linguagens (o arquivo está em .pdf)
Matemática (o arquivo está em .pdf)
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"O simulado está dentro do anunciado pelo Inep, com questões difíceis, como no Enem antigo, e outras com grau de dificuldade médio e difícil", afirma Carlos Eduardo Bindi, diretor do Curso Etapa, em São Paulo.
Veja também: Inep divulga simulado do Enem
"O formato do novo Enem não reinventa a roda, porque já existem outros vestibulares que avaliam muito bem e que têm questões interdisciplinares. Na verdade, o que ele fará será levar boas práticas para o país inteiro, especialmente para aqueles locais em que os vestibulares são mais fracos. Não há um desvio de rota, mas um alinhamento em nível federal", analisa Bindi.
Para Sezar Sasson, coordenador dos simulados do Enem do Sistema do Anglo, de São Paulo, o simulado do Inep mostra que "o conteúdo exigido não vai além do ensino médio".
"O candidato bem preparado pode ficar mais tranquilo com isso. E, ao contrário do antigo exame, ele precisará se basear menos em informações fornecidas pela prova e mais no conteúdo aprendido na escola."Na avaliação de professores do Anglo, no entanto, o simulado apresenta imprecisões em algumas questões, mas nada que comprometa a resposta nem o gabarito.
O Enem, que será realizado nos dias 3 e 4 de outubro, está dividido em quatro áreas de conhecimento: ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática.
No caso da parte de ciências da natureza, Sasson aponta problemas nas questões 3, 5 e 9. O gabarito da questão 3 (letra C), que trata da decomposição de polímeros, está correto, mas, segundo ele, não é preciso. "A alternativa diz que a decomposição leva à geração de compostos tóxicos. É verdade que isso aconteça, mas não sempre."
Na pergunta 5, uma parte do enunciado diz que a concentração de glicose no experimento B é igual a do experimento A. No entanto, Sasson afirma que no experimento A, as células 2 não estão respirando, mas fermentando, e, consequentemente, gastando muito mais glicose. "Se essa frase do enunciado fosse tirada, ficaria perfeitamente plausível, mas isso também não compromete o gabarito."
Na pergunta 9, o enunciado da questão diz que a massa molar da glicose é 120 g/mol. "O correto é 180 g/mol, mas, como não há alternativa correta usando 180 no cálculo, o candidato vai usar o 120 dado no enunciado e chegará ao resultado certo", diz Sasson.
A parte de matemática foi avaliada pelos professores do Anglo como tendo um conteúdo mais rudimentar. "Nas questões 3, 7 e 8, os enunciados não trazem nenhuma informação que possa ser usada na resolução das questões. Isso pode fazer com que o candidato perca algum tempo sem necessidade", avalia.
A parte de linguagens é a que mais se assemelha ao Enem antigo, na análise do Anglo. "Os textos usados foram bastante diversificados, como poemas, tiras em quadrinhos e textos científicos, mas exigem agora mais conteúdo escolar do que só interpretação de texto."
A parte de ciências humanas foi a mais diferente em relação à prova dos anos anteriores, diz Sasson. "Havia somente um mapa, sem tabelas ou gráficos, que costumam aparecer em provas de geografia e história. A linguagem também foi mais simples."
No caso da parte de ciências da natureza, Sasson aponta problemas nas questões 3, 5 e 9. O gabarito da questão 3 (letra C), que trata da decomposição de polímeros, está correto, mas, segundo ele, não é preciso. "A alternativa diz que a decomposição leva à geração de compostos tóxicos. É verdade que isso aconteça, mas não sempre."
Na pergunta 5, uma parte do enunciado diz que a concentração de glicose no experimento B é igual a do experimento A. No entanto, Sasson afirma que no experimento A, as células 2 não estão respirando, mas fermentando, e, consequentemente, gastando muito mais glicose. "Se essa frase do enunciado fosse tirada, ficaria perfeitamente plausível, mas isso também não compromete o gabarito."
Na pergunta 9, o enunciado da questão diz que a massa molar da glicose é 120 g/mol. "O correto é 180 g/mol, mas, como não há alternativa correta usando 180 no cálculo, o candidato vai usar o 120 dado no enunciado e chegará ao resultado certo", diz Sasson.
A parte de matemática foi avaliada pelos professores do Anglo como tendo um conteúdo mais rudimentar. "Nas questões 3, 7 e 8, os enunciados não trazem nenhuma informação que possa ser usada na resolução das questões. Isso pode fazer com que o candidato perca algum tempo sem necessidade", avalia.
A parte de linguagens é a que mais se assemelha ao Enem antigo, na análise do Anglo. "Os textos usados foram bastante diversificados, como poemas, tiras em quadrinhos e textos científicos, mas exigem agora mais conteúdo escolar do que só interpretação de texto."
A parte de ciências humanas foi a mais diferente em relação à prova dos anos anteriores, diz Sasson. "Havia somente um mapa, sem tabelas ou gráficos, que costumam aparecer em provas de geografia e história. A linguagem também foi mais simples."
Correção
Cada questão terá um certo grau de dificuldade e o computador vai conseguir saber, de acordo com esse padrão, o quão preparado para dar aquela resposta o candidato estava e se houve um “chute.” O foco será no item, como é chamada cada questão, e não no total de acertos. A teoria é o conjunto de modelos que relacionam uma ou mais habilidades com a probabilidade de a pessoa acertar a resposta. Assim, o estudante pode até acertar mais questões do que outro, mas poderá ter uma nota menor se tiver acertado questões consideradas mais fáceis.
No dia 3 de outubro, serão aplicados os exames de ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias. No dia seguinte, matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias e redação. O resultado final será divulgado nos dias 4 de dezembro (provas objetivas) e 8 de janeiro (redação).
No dia 3 de outubro, serão aplicados os exames de ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias. No dia seguinte, matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias e redação. O resultado final será divulgado nos dias 4 de dezembro (provas objetivas) e 8 de janeiro (redação).
Universidades
Mais de 4,5 milhões de pessoas se inscreveram no exame. Das 55 universidades federais, 46 instituições adotarão o Enem, 7 ainda não se decidiram e 2 definiram que não levarão em conta o resultado do exame em seu vestibular.
São quatro as possibilidades de a universidade utilizar a nota do Enem: como fase única; como primeira fase; como fase única para as vagas remanescentes, após o vestibular; ou combinado ao atual vestibular da instituição. Neste último caso, a universidade definirá o percentual da nota do Enem a ser utilizado para a construção de uma média junto com a nota da prova do vestibular.
Cada instituição de ensino superior divulgará em seus editais em qual formato participará e se haverá diferenças entre os cursos.
Além de ser usado nos vestibulares, o novo Enem vai servir também para conseguir o certificado de conclusão do ensino médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), antigo supletivo.
Fonte: Fernanda Calgaro - G1, em São Paulo.