terça-feira, 26 de abril de 2011

Saturno, a jóia do Sistema Solar

por Regina Auxiliadora Atulim
Conhecido desde a Antigüidade, Saturno é o sexto planeta por ordem de afastamento ao Sol.
A uma distância média de aproximadamente 1,5 bilhão de quilômetros do astro-rei, emprega cerca de 30 anos para completar uma translação.
Por ser um planeta exterior, pode ser observado até mesmo durante toda a noite, quando está próximo da oposição, época em que nasce ao pôr-do-Sol e se põe ao amanhecer.
É o segundo maior planeta do Sistema Solar, sendo necessários cerca de 840 planetas iguais à Terra para formarmos um globo com suas dimensões.  Sua massa, entretanto, é aproximadamente 100 vezes a maior que a terrestre, muito menor que a relação de volume entre eles, implicando em uma densidade média de apenas 0,69g/cm3 , menor até que a da água.
Por esse motivo, Saturno é classificado como um planeta gigante gasoso ou joviano, cuja principal característica é a baixa densidade média, o que evidencia sua natureza predominantemente gasosa.
Apesar de suas grandes dimensões, o planeta possui um rápido movimento de rotação, empregando, em média, 10,5 h para completar uma volta em torno de si mesmo. Como não é um corpo rígido, a rotação se processa com velocidades diferentes em cada latitude, sendo máxima no equador e diminuindo em direção aos pólos.
A rápida rotação e sua natureza fluida são responsáveis por um grande achatamento polar, deslocando massa das regiões polares para a região equatorial.  
Estrutura interna
O interior dos planetas jovianos é diferente em comparação ao dos telúricos: Saturno é praticamente gasoso e líquido, não apresentando uma crosta rochosa sólida. Acredita-se que Saturno tenha em seu interior um pequeno núcleo sólido, com aproximadamente o tamanho da Terra e formado por material predominantemente rochoso submetido a enormes pressões e temperaturas.
Envolvendo o núcleo, existe uma camada composta por hidrogênio metálico (o gás adquire propriedades dos metais por causa da enorme compressão dos átomos pelas camadas externas do planeta), com cerca de 14.000 km de espessura.
À medida que a distância ao centro do planeta aumenta, a pressão e a temperatura diminuem de modo que, gradualmente, o hidrogênio assume a forma molecular, coexistindo nessa região com átomos de hélio, ainda sob a forma líquida.
Saturno irradia cerca de 2,5 vezes mais energia que recebe do Sol. O excesso provém da lenta contração gravitacional e do atrito sofrido pelas gotas de hélio que, submetidas à diferenciação química, atravessam a camada de hidrogênio. 
Atmosfera 
Constitui-se de 80% de hidrogênio, 18% de hélio e 2% de outros gases como o metano, o amoníaco, além de conter traços de vapor d'água e enxofre. Os gases se dispõem em  faixas coloridas paralelas ao equador, devido ao rápido movimento de rotação. As cores, entretanto, são esmaecidas quando comparadas às de Júpiter por causa da temperatura mais baixa, condicionando a formação das camadas de nuvens em níveis mais profundos da atmosfera.
As nuvens são formadas por cristais de amônia, responsáveis pela tonalidade amarelada que o planeta apresenta no céu. A temperatura média no topo das nuvens é de -170°C. Os ventos atingem velocidades superiores a 1.500 km/h, muito mais intensos que os ventos na atmosfera de Júpiter. 
Campo magnético 
Origina-se na camada de hidrogênio metálico submetida ao movimento de rotação diferencial. O rápido movimento dos elétrons livres gera o campo magnético, cerca de 1.000 vezes mais intenso que o terrestre. Diferente do que ocorre na Terra, entretanto, o eixo magnético praticamente coincide com o de rotação. Sua magnetosfera, região do espaço em torno de um astro onde seu campo magnético se manifesta, estende-se por centenas de milhares de km, incluindo as órbitas dos 14 satélites mais internos.
Anéis
Foram observados, pela primeira vez, por Galileu Galilei (1564-1642). Seu telescópio, entretanto, não era suficientemente potente para observá-los com nitidez, levando-o à conclusão que Saturno era constituído por três corpos esféricos unidos, sendo o central maior que os laterais.
Em 1656, C. Huygens (1629-1695) observou-os como um disco largo e achatado e, em 1695, G. D. Cassini (1625-1712) verificou que o disco não era contínuo, havendo um "vazio" que o dividia em dois anéis, chamados posteriormente de anel A, mais fino e anel B, mais próximo ao planeta.
Em 1837, J. F. Encke (1791-1865) descobriu uma outra divisão dentro do anel A e, em 1850, W.C. Bond (1789-1864) identificou um terceiro anel, muito tênue, interior ao B, que recebeu o nome de anel C. Em 1969, A descoberta de um quarto anel (D), interior ao C e bem mais transparente, ocorreu em 1969.
Em 1980, nas imagens da sonda Voyager 1, foram identificados mais três anéis (F, G e E), externos ao anel A.
Atualmente sabe-se que os sete anéis principais são formados por centenas de anéis muito finos enfileirados e as divisões de Cassini e Encke também contêm finíssimos anéis.
Formados por fragmentos rochosos revestidos de gelo, os anéis são coplanares ao equador do planeta e o sistema tem uma largura total de aproximadamente 400.000 km.
Satélites
Até 2007, 60 satélites naturais foram confirmados. Os maiores e mais conhecidos são Titan, Rhea, Mimas, Enceladus, Tethys, Dione, Iapetus, Hyperion e Phoebe. Os restantes são pequenos blocos rochosos de formatos irregulares, muitos deles provavelmente asteróides capturados pelo intenso campo gravitacional de Saturno.