O mecanismo que permite o voo dos besouros é o conjunto dos dois pares de asas que eles têm e a musculatura vigorosa.
O primeiro par de asas (os élitros) desses insetos da ordem Coleoptera fica em posição superior e é bastante endurecido. Quando o besouro está em repouso, funciona como um estojo que protege o segundo par. Este fica no interior, é membranoso, tem a consistência do couro e é sustentado por número variável de nervuras.
(foto: Kamila Turton)
Durante o voo, os élitros têm papel secundário, funcionandocomo um paraquedas. O nome Coleoptera vem do grego e significa koleos = estojo e pteron = asa. Porque os besouros têm, em geral, corpo volumoso e pesado, seu voo, comparado ao de outros insetos, é de velocidade baixa: nos casos conhecidos, pode variar de 0,8 m/s a 3 m/s. A musculatura responsável por fazê-los subir é bastante desenvolvida, sendo que alguns dos músculos que movem as asas se originam na coxa do inseto.
O mecanismo básico é o seguinte: os besouros abrem os élitros que ficam imóveis, formando um ângulo com o corpo, estendem as asas membranosas até ficarem planas e dão um impulso com as pernas. Assim, começam um voo planado e apenas em seguida dão início ao batimento vertical das asas membranosas, que possibilita seu deslocamento no ar. Muitas vezes, durante o voo planado, podem aproveitar as correntes aéreas para voarem mais alto.
AGOSTO/2009 - Revista Ciência Hoje - por Cleide Costa .
Laboratório de Sistemática, Evolução e Bionomia de Coleóptera, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo