segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Jonas é eleito pelos campineiros e quer fazer um governo de paz

Prioridade para o prefeito eleito é resgatar a credibilidade da política campineira



Por Milene Moreto em 29/10/2012

Foto: Cesar Rodrigues/AAN.
Cesar Rodrigues/AAN
Novo prefeito de Campinas, Jonas Donizette


A origem de família simples, o fato de ser filho de um trabalhador da roça é para Jonas Donizette (PSB) — prefeito eleito de Campinas —, a característica que o aproxima da população e que faz o pessebista afirmar que seu governo será voltado para as necessidades dos campineiros. Vitorioso nas urnas, Jonas disse ontem que fazer uma “governo de paz” e que está amadurecido para comandar a Prefeitura de Campinas.
 
A prioridade para ele, quando assumir a cadeira mais poderosa do Palácio dos Jequitibás no dia 1º de janeiro de 2013, é resgatar a credibilidade da política. “Eu acho que talvez essa eleição seja um marco na vida política de Campinas. Eu chego na Prefeitura num momento amadurecido da minha vida. Sabendo o quanto a vida é custosa. Sabendo o quanto as pessoas mais humildes lutam pela sua sobrevivência. Campinas pode ter certeza que terá um prefeito com a cara do seu povo, com a cara da sua gente.”

Jonas é cauteloso em falar das mudanças que fará a frente da Administração. Prefere dizer que terá critérios como o da competência e do comprometimento para compor seu secretariado. O pessebista voltou a afirmar que vai contar com o apoio maciço dos governos federal e estadual, apesar de ter tido problemas com o PT pelo uso da imagem da presidente da República, Dilma Rousseff, durante a campanha.

“O que eu falei no período eleitoral eu repito agora. Nós vamos contar com toda a força para Campinas. Nós vamos contar com a força do governador do Estado Geraldo Alckmin (PSDB) trazendo recursos para Campinas. Nós vamos contar também com a força do governo da presidente Dilma para trazer todos os recursos que Campinas necessita”, disse o prefeito eleito.

Sobre mudanças nas secretarias, Jonas falou apenas sobre duas alterações que já vinham sendo ventiladas durante a campanha. O pessebista quer transformar a Secretaria de Meio Ambiente em Secretaria do Verde e do Desenvolvimento Sustentável e criar a Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Os futuros comandantes das novas pastas não foram ventilados pelo pessebista. Ao todo, 13 partidos integram a aliança com o prefeito eleito.

A rivalidade com os partidos da coligação do petista Marcio Pochmann, segundo Jonas, não será fomentada. “Fomos eleitos com 58% dos votos, mas vamos governar para 100% dos campineiros. Campinas não terá um prefeito que segmenta pessoas pelo partido que ela milita. Campinas não terá um prefeito que faça divisão na nossa cidade. Nós vamos ter um governo que vai trazer para a nossa cidade um tempo de paz. Em que todas as boas ideias serão respeitadas. As pessoas serão tratadas pela competência e não pelo partido que estão filiados. Esse é um governo de grandeza, um governo maior, amplo, que esteja a altura da nossa cidade”, afirmou o pessebista durante a comemoração de sua vitória.

A relação com a Câmara, porém, deverá dar dor de cabeça ao próximo prefeito. Isso porque o Legislativo manteve nos últimos anos um laço estreito com o Executivo no que diz respeito a indicação de cargos e benesses aos vereadores por parte da Administração para garantir a maioria governista. Apesar do histórico de dependência entre os dois poderes, o prefeito eleito afirmou que vai respeitar a Casa, mas que defende a autonomia do Legislativo. Porém, o pessebista também afirmou que vai reconhecer os atos do Legislativo. Durante a campanha, Jonas chegou a dizer que poderia receber indicações de nomes por parte dos vereadores para compôr a Administração, porém, os indicados deveriam obedecer critérios.

Jonas possui um perfil mais populista e tem projetos para atuar dentro das comunidades da cidade. Quando deputado estadual, defendia o gabinete itinerante, um projeto para ouvir as demandas dos bairros. O prefeito eleito disse ao longo da campanha que retomará esse projeto no Executivo, que pretende também fortalecer os conselhos municipais para que haja a participação direta da sociedade nos atos da Prefeitura.