sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Diálogo: Pais e Filhos - O momento é de fazer um balanço de como foi o ano letivo em 2009 e notar transformações.


O encerramento de um período costuma levar as pessoas a fazerem um balanço de como ele se deu. É o que acaba acontecendo no fim de um ano. Olha-se para o período de tempo que passou na tentativa de vislumbrar o que foi feito, o que foi conseguido, aquilo que não deu certo. As perdas, os ganhos...

Certas coisas são mais fáceis de percebermos – se o carro foi trocado, ou se a tão sonhada casa foi comprada. Se as contas foram pagas e o ano terminou sem dívidas. Ou quem sabe até se foi possível guardar algum dinheiro.

Têm outras que são mais sutis e, por mais que haja transformações, as pessoas não conseguem observar e reconhecer. E aquilo tudo que ocorreu perde-se no ar.

Um exemplo bastante comum pode ser observado nas relações humanas. Não é simples notarmos as mudanças nos outros. Principalmente entre pais e filhos. É difícil para alguns pais perceberem as transformações positivas de seus filhos? O que será que os impedem?

Essa relação é meio complicada, principalmente porque os pais idealizam seus filhos. Como tudo que é idealizado, eles não correspondem ao real. E filhos são reais.

Pode-se observar isso naquelas crianças e adolescentes que fizeram uma grande mudança em suas vidas escolares. Passaram de uma fase de desânimo e desempenho ruins, para outra em que o interesse pelo aprender e os bons resultados começaram a aparecer. Mas isso não é visto pelos pais que têm uma ideia de filho diferente daquele. Querem um apenas nota dez.

Ou então o jovem que passou o ano tentando escolher algo profissionalmente, recebendo duras críticas dos pais por ser tão desinteressado. Ao encontrar uma profissão que lhe interessa, manifesta timidamente seu desejo – e sabe que se não quiser ser médico ou coisa parecida, para os pais não é nada.

Expectativas
E assim seguem os filhos, tentando ser eles próprios. Mas não conseguindo ser reconhecidos por não corresponderem àquilo que os pais têm em suas mentes: filhos perfeitos e seguindo carreiras profissionais que eles, pais, julgam ser as únicas.

Como ser alguém que não se é? Não dá. Somos o que somos. Os pais têm que aprender que os filhos não existem para concretizar seus sonhos. Cada um tem os seus próprios.

Apesar das diferenças que possam existir entre essa dupla, o que também os pais precisam saber é da importância do reconhecimento deles para o filho. Isso os ajuda a se firmarem como pessoas e a construir suas identidades.

Perceberem e valorizarem que nesse ano, apesar de resultados não tão bons na escola, ele se esforçou e melhorou muito, mostrando que é bastante capaz.
Que embora não vá seguir a profissão desejada pela família, esta percebe que ele encontrou um caminho e todos podem ficar felizes com isso, dando força para que siga em frente.

Esses são só alguns exemplos. Têm muitas outras coisas que se podem e devem ser reconhecidas nos filhos e na relação com eles. Inclusive o fato de que ele é apenas seu filho, o que basta para que seja muito amado.

Vamos aproveitar o final de ano e fazer um balanço também daquilo que nossos filhos conquistaram, por pouco que possa parecer. Podem ter certeza de que não é não. A maior conquista será ter o reconhecimento de vocês – pais. E aproveitar para iniciar um ano em que o filho possa ser quem realmente é. Um bom ano para todos.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular