sábado, 14 de maio de 2011

Assisti hoje - Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio

 


Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio

Fast Five
EUA , 2011 - 130 min.
Ação
Direção:
Justin Lin
Roteiro:
Chris Morgan
Elenco:
Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne "The Rock" Johnson, Joaquim de Almeida, Jordana Brewster, Chris “Ludacris” Bridges, Tyrese Gibson, Matt Schulze, Sung Kang, Gal Gadot, Elsa Pataky, Don Omar, Tego Calderon 
Velozes e Furiosos 5
Velozes e Furiosos 5
Velozes e Furiosos 5
O Brasil é mesmo a bola da vez. Olimpíada, Copa, ararinhas expatriadas, presidente gringo e agora até Vin Diesel e companhia resolveram passear por aqui. Ou quase. Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio, afinal, de Rio de Janeiro tem uns 5%. Talvez menos.

Rodado em Porto Rico, país caribenho que, como o nosso, tem vegetação exuberante, rostos bronzeados e o apreço pela guaracha e o reggaeton, o filme só desembarcou por aqui para algumas tomadas rápidas, filmagens aéreas, fotos de divulgação na praia (todos de branco, como se deve) e um colossal evento de imprensa, que reuniu jornalistas, executivos e artistas durante quase uma semana.

Usar cidades de dublê não é novidade. Nova York há décadas é filmada em Toronto, por exemplo. É tudo uma questão de estrutura (mão de obra, viabilidade de fechar ruas, instalações, burocracia, impostos...) e "magia do cinema".

Feche o ângulo, use algumas imagens de cobertura reais aqui e ali e complete cenários na pós-produção onde for possível.

O que não muda o fato, porém, que essa trucagem só funciona direito para quem não conhece o lugar real.

Para os locais, ver o simulacro de cenário - e, pior, de cultura - representados nas telas sob a visão de estrangeiros pode ser inadvertidamente cômico.

Enquanto o público dos EUA vibra com a exótica locação tropical, ao brasileiro resta relaxar e desfrutar do pastiche enquanto comemora que nenhum carioca foi ferido durante as filmagens. Eram todos caribenhos, afinal.

Porto Rico de Janeiro à parte, Velozes e Furiosos 5 - Operação Rio é um verdadeiro cavalo-de-pau para a série.

Sob a direção de Justin Lin, a franquia tem deixado de lado a cultura do "car porn" dos primeiros filmes em direção ao gênero de ação mais convencional, com estrutura de filme de assalto.

Para quem não se importa com tuning e corridas, a franquia começa a ficar interessante.

A ação é cada vez mais exagerada (as sequências de abertura e encerramento são absolutamente enlouquecidas e sem qualquer apego às leis da física) e o roteiro, mais livre, ignora bobagens como coerência (onde diabos a Equipe Toretto consegue seus equipamentos de ponta se estão falidos e escondidos?).

Explicar pra quê?

O que importa é que Dominic Toretto (Vin Diesel) deixou de ser um valentão criminoso para tornar-se um verdadeiro general.

Na trama, Brian (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster) ajudam a tirar Dom da cadeia.

Para despistar as autoridades, o trio se separa, reunindo-se meses depois no Rio de Janeiro, onde surge a oportunidade de um golpe definitivo que pode garantir a boa vida da família para sempre.

Os problemas, porém, acumulam-se.

O agente Luke Hobbs (The Rock, montanhoso) também aterrissa na cidade. Sua missão é capturar Dom - que ao mesmo tempo vira alvo do maior criminoso do Rio de Janeiro (vivido pelo português Joaquim de Almeida) e seu exército, formado pela corrupta força policial carioca.

A solução, então, é reunir todos os antigos comparsas dos Toretto. E tome um "quem é quem" da série. Chris “Ludacris” Bridges, Tyrese Gibson, Matt Schulze, Sung Kang, Gal Gadot, Elsa Pataky, Don Omar e Tego Calderon... todo mundo retorna para o quarto filme, com seus personagens prontos para o golpe do século.

A partir daí, o longa fica menos veloz e furioso e mais 11 Homens e um Segredo, com Vin Diesel encarnando um George Clooney anabolizado, trocando o terno sob medida por camisetas suadas e o jazz pelo "Melô da Popozuda".

Justin Lin é inteligente nessa busca por novidade além das fronteiras do gênero restritivo da série. O humor (mais o involuntário que o roteirizado) funciona, assim como a carga de adrenalina desejada.

O aguardado (e homoerótico) confronto muscular entre Diesel e Rock diverte, e a história, ainda que cheia de trapaças narrativas, cenas grosseiras aos olhos dos brasileiros ("This is Braziu!!!") e diálogos lamentáveis, declamados com generalizada canastrice pelo elenco, surpreendentemente funciona, já que não esconde em momento algum seu objetivo principal, que é "colar" todas as cenas definidoras de gênero, no caso o da ação.

Honestidade é a alma do trash.

Veja algumas fotos de cenas do filme: