terça-feira, 10 de maio de 2011

Eu e meus alunos das 5ª séries foram assistir o filme: Rio – O filme (2011), leia o comentário sobre ele.


Quem me conhece sabe da minha paixão por animações. Além disso,  você pode imaginar a felicidade e ao mesmo tempo o medo que tive quando soube que uma animação sobre a  cidade maravilhosa que tanto gosto.
Felicidade porque seria uma homenagem perfeita para o Rio de Janeiro, que já a merecia há muito tempo. E medo por que o filme podia não só simplesmente ser ruim, mas retratar a cidade de um modo errado, como por exemplo aliviando em seus defeitos e abordando mal suas qualidades. Porém, graças a Deus, depois de ver o filme, foi o segundo sentimento que prevaleceu.
A fita nos apresenta Blu, uma arara azul que vive em Minessota, nos EUA, com sua dona, Linda. Um dia, aparece na porta de Linda um ornitólogo chamado Túlio que informa que Blu é o último macho de sua espécie. 


Ele deve ir ao Rio para acasalar com a última fêmea chamada Jade. O problema é que Blu é um pássaro medroso, cheio de manias e que, pior de tudo: não sabe voar. Mesmo assim, ele vem até a cidade maravilhosa para conhecer a possível parceira. 


O problema é que, ao se conhecerem, Jade e Blu se detestam, pois a fêmea é o completo oposto do macho. Se tudo já estava ruim o suficiente, os dois acabam sendo capturados para serem vendidos no mercado negro.  Enquanto tentam fugir, ambos começam a aprender um com o outro e, quem sabe, talvez aprender a gostar um do outro.
A trama não é um poço de originalidade, e o grande trunfo do filme está em seus personagens: Blu é um pássaro muito medroso e mimado. Mesmo que seus problemas, como não saber voar, não sejam bem situações que uma pessoa possa passar, é quase impossível não nos identificarmos com a arara. Ele não sabe voar porque nunca precisou, e agora que necessário, em vez de aprender, ele tenta qualquer saída possível que lhe seja mais simples. Quantas vezes não nos esquivamos de situações, com medo ou até pura preguiça de aprender coisas novas? 
Para Blu é necessário que ele conheça Jade e que ela, mesmo não gostando muito dele, o incentive a superar os medos. Conosco também pode ser assim. Para superarmos os medos, precisamos de alguém especial, nos dando coragem e incentivo. No início, Jade só quer isso para se livrar logo do companheiro irritante, pois ambos estão presos por uma corrente, porém com o decorrer do filme ambos desenvolvem uma relação de carinho que comove o espectador.
Os coadjuvantes são um show à parte. Linda é muito fofa e Túlio é engraçadíssimo. Existe certo romance entre eles que poderia ser deixado de lado demais, por serem coadjuvantes, mas é explorado na medida certa. Existe o Tucano Rafael que incorpora o lado de bom malandro dos cariocas e os pássaros companheiros Nico e Pedro, que são a síntese do lado festeiro do Rio. Os micos também são bastante divertidos. Apesar de possuírem pouco tempo de tela, sempre arrancam algumas risadas.
Os vilões também são ótimos. Nigel é uma cacatua com tendências psicopatas que todo mundo adora odiar, enquanto os humanos são ótimos, tendo o formato clássico da dupla trapalhona e o chefe sério e irritado.
Porem, o principal personagem do longa é a cidade maravilhosa cheia de encantos mil. 
As características do Rio são muito bem exploradas, desde sua gente até sua beleza natural. O visual do filme é lindo demais, sendo que em uma cena, onde temos uma visão panorâmica da cidade em 3D lágrimas quase chegaram aos meus olhos. Porem, o lado ruim do lugar também é explorado, mostrando sem pena as favelas e o tráfico, aqui representado pelo mercado negro de animais. Temos também um personagem para representar os moradores da favela, o garoto Fernando, que ajuda Linda e Túlio a encontrar Blu e Jade.
Um dos meus maiores medos era a trilha sonora. Se existe uma coisa que não suporto é, ao  assistir um filme que retrata o Brasil, ter que escutar aquele “samba de gringo” que mais parece música cubana. Porem, nos primeiros segundos de filme, o medo foi embora. A seqüência de abertura além de ser linda, tem um samba de verdade, que, ok, pode não ser o melhor do mundo, mas pelo menos é música brasileira como vocês podem ver abaixo:
(a seqüência é a versão americana, na brasileira, tem mais cara de samba ainda)
Lógico que existem os chamados “sambas de gringo”, mas mesmo esses são divertidos. Gostaria de destacar também uma cena romântica, entre Blu e Jade, linda em que toca uma bossa nova que talvez seja a melhor música do filme.
A dublagem brasileira é perfeita. Em nenhum momento sente-se falta ou curiosidade de ouvir as vozes originais. Gírias, sotaques, trejeitos, e até piadas internas, tudo esta perfeito, na medida exata. 

Um destaque para Rodrigo Santoro que faz a voz de Túlio tanto no original quanto em português.



No geral, Rio é um enorme presente para a cidade maravilhosa, para todos os cariocas, e para o Brasil em si. O filme é belo, singelo e divertido, tendo a vantagem de ter um dos cenários mais lindos do mundo como plano de fundo.






Mas vale a pena ir conferir!!