sábado, 3 de julho de 2010

Cientistas americanos criam pulmão artificial com células-tronco

O primeiro passo para a criação de pulmões artificiais foi dado por cientistas dos EUA. Em estudo da Universidade de Yale, pesquisadores conseguiram regenerar o tecido pulmonar de ratos usando células-tronco. Já um time da Havard desenvolveu um tecido para testar novas drogas.

Os estudos, publicados na Science desta quinta-feira (24), indicam que dentro de alguns anos será possível substituir órgãos com problemas e testar o funcionamento de tecidos em dispositivos artificiais e não em animais. “Este é um pequeno passo na regeneração de pulmões inteiros para animais maiores e, eventualmente, para o homem”, disse Laura Niklason de Yale.

Sua equipe retirou praticamente todas as células do pulmão, deixando apenas a estrutura básica, similar em todos os seres. Como ela é feita de colágeno, praticamente não há chances de rejeição. Eles, então, colocaram esse tecido em uma cultura de células-tronco específicas dentro de uma incubadora.

As células se posicionaram corretamente nos locais necessários, o que fez os cientistas acreditarem que elas possuem códigos postais. Assim, elas criaram alvéolos, vias aéreas e vasos sanguíneos para permitir a troca de oxigênio do pulmão com o sangue.

Ao ser implantado novamente em ratos, o tecido funcionou como verdadeiro, auxiliando-os a respirar. Porém, após pouco mais de duas horas, coágulos de sangue apareceram. Eles trabalham agora para resolver este problema.

Os cientistas esperam fazer órgãos com as próprias células-tronco da pessoa e induzir o processo de diferenciamento celular a partir daí.

Sem cobaias animais

Já os pesquisadores liderados por Donald Ingber, da Harvard, buscaram um novo meio de estudar o pulmão para desenvolvimento de drogas sem utilizar animais. O microchip do tamanho de uma ervilha imita as funções dos alvéolos pulmonares, simulando a troca de oxigênio do pulmão com o sangue. Ele é composto por três partes, células do pulmão, uma membrana permeável e um vaso sanguíneo. Eles precisam ainda provar que o dispositivo consegue trocar gases, função essencial do pulmão.

Fonte: UOL Ciência e Saúde em 24/06/2010.