segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mesada não deve estar atrelada ao desempenho escolar.

Muitos pais optam por dar uma mesada aos filhos, para que eles possam comprar aquilo que desejam e por ser uma forma de manter uma quantia exata no orçamento para os gastos das crianças. Porém, alguns deles atrelam o pagamento ao desempenho escolar. No mês de volta às aulas, nada mais adequado do que parar para refletir sobre essa questão: a decisão é correta?

De acordo com o educador financeiro Álvaro Modernell, existe um consenso entre os especialistas em educação financeira infantil – coisa rara – de que vincular o pagamento da mesada ao desempenho escolar não é uma boa decisão, porque poderia estimular uma "personalidade mercenária nas crianças”, segundo artigo em seu site.

Um dos riscos disso seria as crianças passarem a manipular as notas, ou deixarem cair em algum momento para depois negociar com os pais uma quantia em dinheiro para aumentá-las.

Boa nota é obrigação

O educador disse ainda que um bom desempenho escolar, ou pelo menos o comprometimento das crianças para que isso aconteça, é uma obrigação e não deve depender de estímulo financeiro.

A prática não é recomendável porque alguns pais poderiam confundir as coisas e tentar compensar eventual falta de comprometimento com o ensino dos filhos por meio de estímulo financeiro às crianças, momento em que ambos sairiam perdendo.

Conforme explicou Modernell, a mesada é uma iniciativa voluntária dos pais, não uma obrigação, mas que não deve estar atrelada a uma troca. Ao contrário disso, deve ser dada para que as crianças tenham experiências financeiras que lhe deem certo grau de independência. Ela não deve ser usada nas seguintes condições:

“A mesada é instrumento de educação financeira que deve ser aplicado com inteligência, com sensibilidade e com responsabilidade. É um instrumento que dá oportunidade aos filhos, mas que não desonera os pais do compromisso de orientarem sobre questões financeiras e de acompanharem o uso do dinheiro de maneira adequada”, ressaltou.

Fonte: http://economia.uol.com.br em 04/08/2010.